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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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comum, porém, que necessita de uma genealogia 203 que nos ofereça um melhor<br />

entendimento.<br />

Modernização e industrialização passam a ser esse discurso comum, que até a<br />

atualidade ainda é tão utilizado, os termos ganham um uso ideológico difundido.<br />

Partimos da concepção que a partir do século XVIII o desenvolvimento urbano foi<br />

impulsionado, em muitos lugares, diretamente ou não, pelo processo de industrialização.<br />

Outros, por processos comerciais e de exploração de matérias primas que muitas vezes<br />

eram destinadas a manufatura. Temos o exemplo no Brasil dos estados da federação que<br />

atingiram os maiores índices de urbanização, como São Paulo e Rio de Janeiro,<br />

associados a um processo de montagem de parques industriais. Em Feira, esse discurso<br />

de modernização torna-se cada vez mais, principalmente pós-golpe, o centro das<br />

atenções e motivações políticas udenistas. Entre os termos que mais chamam atenção na<br />

década de 1960 nos jornais Folha do Norte, Situação e Feira Hoje (a partir de 1971),<br />

estão: industrialização e modernização. Não é apenas em jornais que encontramos o uso<br />

dos termos, mas em atas da Associação Comercial e atas da Câmara de Vereadores.<br />

Porém aquelas palavras que tinham desde a década de 1950 um uso comum ao discurso<br />

dos profissionais da política local, passavam a ganhar cada vez mais o que poderíamos<br />

chamar de um lastro prático, ou seja, a objetivação de um discurso.<br />

Neste momento, a cidade e seus representantes no executivo e legislativo<br />

acompanham a situação dos poderes governamentais no Estado, e a sede política do<br />

governo é o melhor lugar para percebemos como estes termos estavam na moda. Paulo<br />

Fábio Dantas 204 nos oferece uma análise do desenvolvimento de ACM até a construção<br />

de uma política que ganharia notoriedade nacional pela sua organização e conquista de<br />

poder. Paulo nos mostra não só como o Carlismo nasce enquanto mecanismo, mas<br />

como o próprio sujeito fundador cresce dentro de possibilidades históricas nas quais<br />

soube atuar. Dentre os meios usados por este sujeito que ocupou vários cargos de<br />

203 Interessante método é proposto por Foucault para análise discursiva, é necessária a compreensão de<br />

procedimentos internos e externo de domínios da produção discurso. Para Foucault não é qualquer um<br />

que fala, é preciso estar autorizado a isto por regras históricas, exorcizam-se os acasos de seu<br />

aparecimento. Há um meio de preparar o receptor do discurso e, quando enunciado, o discurso perde a<br />

autoria e o pertencimento. Ver: FOUCAULT, Michael. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège<br />

de France, pronunciado em 2 de dezembro de 1970. 3°. Ed. São Paulo: Loyola, 1996.<br />

No nosso caso, apesar da brevidade da análise, estamos nos referindo a um discurso que perde seu<br />

pertencimento, passa a ser de todos, porém lhe é autorizada a disseminação por elementos que ocupam<br />

determinados lugares sociais.<br />

204 Ver: <strong>DA</strong>NTAS NETO, P. F. Tradição, autocracia e carisma: a política de Antonio Carlos Magalhães<br />

na modernização da Bahia (1954-1974). 1. ed. Belo Horizonte: Editora da <strong>Universidade</strong> Federal de Minas<br />

Gerais, 2006.<br />

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