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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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Um dos mais vigorosos momentos de enquadramento de memória aconteceu<br />

com o tema do Ginásio Municipal. Já descrevemos como a disputa por educação pública<br />

gerou conflitos entre sujeitos subalternizados organizado na sociedade civil. Apoiado na<br />

gestão de Chico Pinto, grupos sociais disputaram a construção do Ginásio Municipal,<br />

provocando a resistência da parte da oposição udenista no inicio da década de 1960 para<br />

aprovação do projeto. Segundo Ana Maria Fontes<br />

Para fazer silenciar a memória incômoda, elaboram-se e reelaboram-se<br />

estigmas e símbolos de maior efeito persuasivo. A primeira iniciativa para<br />

apagar a gênese do Ginásio Municipal da história da cidade e, ao mesmo<br />

tempo, o projeto político que lhe tornara possível, ocorreu em 1966, com a<br />

ampliação das suas instalações. 303<br />

A proposta de ampliação viria do próprio executivo municipal, porém, a<br />

sugestão de nomeação de Ginásio Municipal Professor Joselito Amorim 304 , partiria do<br />

vereador Godofredo Filho, um edil que encontramos poucas vezes em grandes debates<br />

ou mesmo propondo projetos, mas famoso por suas poesias.<br />

(...) em 1966, é “homenageado” com o nome de um dos políticos enfileirados<br />

no partido político União Democrática Nacional (UDN) que, no momento<br />

imediatamente anterior, assumiram a posição de combatentes contrários<br />

àquelas lutas na preservação de interesses privados, na área da educação, em<br />

beneficio de aliados políticos. 305<br />

Ana Maria chama atenção para o monopólio privado do acesso à educação, neste<br />

caso o dono do ginásio privado era Áureo Filho, também filiado a UDN. Em 1968 ainda<br />

vemos a disputa no trabalho de enquadramento em sua tentativa de efetivação de<br />

resultados, Hélio Barbosa, que no período de 1968 é colunista do Folha do Norte,<br />

espaço repleto de textos em oposição clara os movimentos sociais, publica um escrito<br />

descrevendo a sua versão sobre a fundação do Ginásio Municipal, enaltecendo os<br />

professores e militares e a autoridade na educação. Destacando alguns ambientes físicos<br />

disciplinares da escola, como a sala da repressão, ressalta o colunista que “obedecendo<br />

se aprende mandar”. 306<br />

303 SANTOS, Ana Maria Fontes dos. O ginásio municipal no centro das lutas populares em Feira de<br />

Santana (1963-1964). Revista Sitientibus, nº 24, Feira de Santana, UEFS, 2001, p. 32.<br />

304 Projeto de Resolução n° 66/66. Ata da 1° Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Feira de Santana.<br />

12/04/1966.<br />

305 Idem, Ibidem, p.33.<br />

306 Folha do Norte, 17/08/1968.<br />

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