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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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(...) se é verdade que o poder político acaba a guerra, tenta impor a paz na<br />

sociedade civil, não é para suspender os feitos da guerra ou neutralizar os<br />

desequilíbrios que se manifestaram na batalha final, mas para reinscrever<br />

perpetuamente estas relações de força, através de uma espécie de guerra<br />

silenciosa, nas instituições e nas desigualdades econômicas, na linguagem e<br />

até no corpo dos indivíduos. A política é a sanção e a reprodução do<br />

desequilíbrio das forças manifestadas na guerra. Em segundo lugar, quer<br />

dizer que, no interior desta “paz civil”, as lutas políticas, os confrontos a<br />

respeito do poder e pelo poder, as modificações das relações de força em um<br />

sistema político, tudo isto deve ser interpretado apenas como continuações da<br />

guerra, como episódios, fragmentos, deslocamentos da própria guerra. 339<br />

O Estado é no capitalismo um instrumento segundo Marx;<br />

é a forma na qual os indivíduos de uma classe dominante fazem valer seus<br />

interesses comuns e que sintetiza a sociedade civil inteira de uma época,<br />

segue-se que todas as instituições coletivas são mediadas pelo Estado,<br />

adquirem por meio dele uma forma política. 340<br />

Já situamos, em outro momento do texto, o surgimento de grupos que tinham por<br />

objetivo a promoção da industrialização da cidade. O mais importante foi o CIFS, grupo<br />

que melhor expressou seu desejo de forma organizada e consequentemente obteve<br />

maior influência sobre o preparo de um projeto de industrialização local. A<br />

possibilidade deste projeto de industrialização deveria ser consensuado na sociedade<br />

civil e política e esteve diretamente ligado às oportunidades e interesses encontrados em<br />

órgão regionais e nacionais para interiorização da indústria.<br />

A Fundação para o Desenvolvimento Industrial do Nordeste (FUNDINOR) foi<br />

um órgão prioritário para a construção do projeto. Na presidência de Ulisses Barbosa<br />

(1967-1968) que já havia sido representante do órgão na Bahia, começa a cruzada pela<br />

industrialização do interior. Isto permitiu o encontro dos interesses do CIFS com a<br />

FUNDINOR, ampliando as relações institucionais e mais, a conjunção de uma fração de<br />

classe em formação na cidade, com frações que tinham um movimento em escala<br />

nacional. 341 A FUNDINOR tinha o predomínio de grupos do Centro-Sul do país e<br />

339<br />

FOUCAULT, Michel; MACHA<strong>DO</strong>, Roberto, Org. Microfisica do poder. 21. ed. Rio de Janeiro:<br />

Graal, 2005, 176.<br />

340<br />

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.p. 76.<br />

341<br />

Os escritos que aqui serão expostos neste tópico, estão baseados principalmente nos textos de:<br />

MONTEIRO, Jhonatas Lima. Interesses Hegemônicos na Margem da Periferia: ação política de<br />

dirigentes industriais em Feira de Santana (1963-1983), Feira de Santana, 2009. (Dissertação) &<br />

SANTOS, Alane Carvalho. Feira de Santana nos tempos da modernidade: o sonho da<br />

industrialização. UFBA, 2002. (Dissertação)<br />

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