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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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O “Bicho” está em Feira!<br />

Enfim... Feira de Santana entra em um novo momento, novos experimentos<br />

políticos serão realizados e a cidade seria ocupada por um “Bicho” que vinha com a<br />

função de higienizá-la de um tipo de sujeito e sobretudo práticas que ameaçavam velhos<br />

poderes restabelecidos. Feira se integrava às novas conformações políticas do Brasil que<br />

tinha seu reflexo em configurações locais. O ano de 1964 acarretou para Feira um<br />

tempo de perseguições, prisões e exílios.<br />

Aqui iniciamos a apresentação desse período na cidade através de sensações que<br />

foram mediadas para nós pela literatura. Impressões retomadas por uma memória que<br />

foi provocando este autor. Muniz Sodré 194 descreveu na forma literária este período<br />

repleto de curiosidades, aquilo que aqui estamos dando passos para realizar em forma de<br />

tese acadêmica.<br />

Estamos nos referindo à nova conformação em que ocorre uma retomada de<br />

posições no campo político local de velhos ocupantes deste; velhos ou antigos que<br />

pretendiam renovar-se e renovar a cidade; sendo a principal uma reacomodação, já<br />

descrita anteriormente, a volta da UDN ao executivo e agora a sua preeminência no<br />

poder legislativo. O “Bicho” que chega a Feira de Santana vem para reformar a cidade e<br />

seus sujeitos. Ao referir-se ao sujeito que foi apelidado de “Bicho da Feira”, Muniz<br />

realiza uma alusão a um antigo burburinho vivido na cidade por um estranho bicho que<br />

assustava a população por atacar animais domésticos, o “Bicho” foi o termo utilizado<br />

para significar um novo momento e um sujeito, retomado por causar uma sensação<br />

popular de espanto e medo como no ocorrido com a aparição do primeiro bicho da<br />

Feira.<br />

O famoso “bicho” era, na verdade, o capelão Militar Edmundo Jukevics 195 , que<br />

em suas ações perseguiu pessoas que supostamente eram a antítese do comportamento<br />

necessário para a consolidação da “revolução”. O capelão perseguiu bares, salões onde<br />

eram praticados jogos, casas de prostituição e etc., ganhando notoriedade em páginas do<br />

Folha do Norte. 196 Na saga de diálogos de Antão 197 , personagem principal, em seus<br />

194 SODRÉ, Muniz. O bicho que chegou a Feira. Rio de Janeiro. Francisco Alves, 1994.<br />

195 Este teria vindo a Feira de Santana na tentativa de encontrar armas da liga camponesa. SODRÉ,<br />

Muniz. O bicho que chegou a Feira. Rio de Janeiro. Francisco Alves, 1994, 41.<br />

196 O espanto e medo popular causado pela aparição do segundo “Bicho da Feira” podem ser vistos nos<br />

relatos de pessoas que viveram neste momento, principalmente as vitimas da perseguição deste. Ver:<br />

Depoimento de Sinval Galeão, 17/11/1995. Disponível no CE<strong>DO</strong>C/UEFS, classificador 39. Seminário<br />

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