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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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intervir na base do governo – ou contra ele – para reverter os efeitos da<br />

reforma de base em seus empreendimentos 162 .<br />

Os grupos dominantes se apoiavam em organizações de classe como a<br />

CONCLAP, um dos principais órgãos fomentadores do golpe. A CONCLAP tinha<br />

relacionamentos estreitos com a ESG, muitos de seus integrantes eram ex-alunos ou<br />

professores da escola. Esses grupos se organizavam tanto para disputar ideologicamente<br />

as classes populares, como para aproximar a classe média de seus ideais e convencer<br />

industriais e banqueiros e setores dominantes de seus projetos políticos. Um dos<br />

aspectos mais importantes das estratégias desses grupos, a exemplo do IPES/IBAD, era<br />

a doutrinação ideológica através de aparelhos para estabelecimento de hegemonia.<br />

Jornais, revistas, televisão, eram os meios de controlar o juízo publico, pois o que estava<br />

em jogo não era somente conquistar adeptos de seus ideais, mas também estabelecer<br />

padrões de julgamento de atitudes.<br />

O golpe seria necessariamente uma estratégia construída não em torno somente<br />

de uma resposta à ameaça que surgia a partir dos trabalhadores em luta, mas uma<br />

alternativa que se figura como o bloqueio de forma brusca do conjunto do bloco<br />

histórico populista.<br />

Marcelo Badaró 163 chamou atenção de posicionamentos historiográficos recentes,<br />

que tendem a legitimar uma visão interpretativa do golpe que corrobora com o discurso<br />

histórico das classes dirigentes da ditadura, mantendo a afirmação da alternativa<br />

golpista como única saída para classes dirigentes diante da ameaça antidemocrática e<br />

revolucionária de esquerda. Neste argumento ganha destaque a obra Argelina<br />

Figueiredo 164 que propõe essa perspectiva de análise de causas do golpe, contrapondo<br />

contribuições como a de Dreiffuss de um golpe preparado pela direita como estratégia<br />

de tomada de poder de classe. Argelina imagina o golpe como estratégia de um grupo de<br />

classes dominante, porém a elaboração da alternativa se dá com o desenrolar da ameaça<br />

da esquerda de criar uma república sindicalista. Do que se pode concluir da obra de<br />

Argelina sobre o golpe, é que este é uma fatalidade, porém, justificável, pois as classes<br />

econômicas do golpe e os militares agiram com a única alternativa encontrada para<br />

162 DIAS, José Alves. Rumo ao Palácio: as estratégias de dominação dos espaços políticos na Bahia<br />

durante a ditadura (1966-1982). UFRJ, 2009, p.19. (Tese).<br />

163 BA<strong>DA</strong>RÓ, Marcelo. Os trabalhadores e o golpe de 1964 um balanço da historiografia. REVISTA<br />

História & Luta de Classes. Nº 1 - Abril – 2005<br />

164 FIGUEIRE<strong>DO</strong>, A. C. Democracia ou Reformas? Alternativas democráticas a crise política: 1961-<br />

1964. São Paulo: Paz e Terra. 1993.<br />

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