REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...
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industrialização e reorganização econômica. Em dissertação, Pacheco 240 defende que a<br />
retirada da feira do centro da cidade, através do projeto CABANA envolveu a<br />
articulação de João Durval com setores de comerciantes que queriam um centro urbano<br />
limpo para exibição de suas vitrines posto que estas estivessem em contraste com o<br />
„antigo‟ representado pela feira que tinha ligações com a zona rural, representando o<br />
velho que deveria ganhar novas feições para uma época em que se desejava um futuro<br />
mais avançado. Isto demonstra uma idéia constante presente numa mentalidade e num<br />
discurso de um grupo social articulado com representação própria.<br />
Assim, para concretizar um projeto de “modernização” local, deveria articular a<br />
inserção da cidade no plano nacional de modernização conservadora e descentralização<br />
da indústria, que previa o Nordeste como um dos pontos a se beneficiarem de pólos<br />
industriais. Na Bahia, o governador do Estado Luis Viana Filho, previa o advento da<br />
indústria na capital e no interior, cogitada desde 1966 pela Secretária de<br />
Desenvolvimento Econômico;<br />
Realmente, o processo de industrialização do Nordeste está já encaminhado, e<br />
a Bahia, como um dos pólos regionais mais importantes, tem se beneficiado<br />
muito disso. No entanto é também fato que a ênfase principal tem sido nas<br />
inversões de infra-estrutura e no estimulo à grande indústria, concentradora<br />
nos grandes centros urbanos, com o conseqüente risco de que o processo<br />
gerado, embora aumente a renda da região, não promova a distribuição por<br />
toda a população. 241<br />
A chegada de Durval ao poder municipal marcou o momento de avaliar a<br />
primeira fase da “revolução” 242 e refletir sobre os novos governos e o regime militar<br />
numa perspectiva progressista. Na consideração feita pelo colunista da Folha do<br />
Norte 243 , Adalberto da Costa Dórea, era um governo mais “democrático” para as classes<br />
240<br />
PACHECO, Larissa Penelu Bitencourt. Trabalho e costumes de feirantes de alimentos: pequenos<br />
comerciantes e regulamentações do mercado em Feira de Santana (1960/1990). Feira de Santana, 2009.<br />
Dissertação (Mestrado). <strong>Universidade</strong> Estadual de Feira de Santana.<br />
241<br />
Secretária de Indústria e Comércio. Plano de Fomento à Industria do Interior. Bahia, 1967.p.19 Apud<br />
Santos, 2002, p.52.<br />
242<br />
Na Bahia é o período de institucionalização do regime civil-militar após o golpe, ou seja, consolidação<br />
e adequação das novas forças políticas nas instituições do Estado e re-elaboração e conformação de<br />
grupos políticos e novos personagens que surgem na cena política, a exemplo de ACM em Salvador.<br />
<strong>DA</strong>NTAS NETO, P. F. Surf nas ondas do tempo: do carlismo histórico ao carlismo pós-carlista.<br />
Cadernos do CRH, Salvador, v. 39, 2003. p.21. Importante lembrar que aqui reproduzimos o golpe como<br />
“revolução” assim como chamado pelos golpistas e adesistas.<br />
243<br />
Jornal criado no inicio do século XX, o qual muito circulou discursos sobre ideais de cidade, civilidade<br />
e modernidade de setores das elites locais. Os editores e diretores do jornal Folha do Norte tomavam<br />
partido de determinados candidatos veiculando apoio entre as décadas de 60 e 70 durante campanhas da<br />
UDN e Arena. Ver: OLIVEIRA, Ana Maria Carvalho dos Santos. Feira de Santana em Tempos de<br />
Modernidade: olhares, imagens e práticas do cotidiano. (1950-1960). <strong>Universidade</strong> Federal de<br />
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