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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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Feira em uma cidade industrial, pois, segundo Gramsci um órgão de (...) “difusão de um<br />

novo espírito capitalista (...)”. 287<br />

O “americanismo” torna-se manifesto ao fim do governo Joselito Amorim. Em<br />

1967, antes da chegada de Durval ao poder executivo, Feira passava a ser enunciada em<br />

discursos como cidade imponente e grandiosa que mereceria reconhecimento. Um dos<br />

primeiros textos do ano de 1967 do jornal Folha do Norte mostra os caminhos das<br />

representações criadas sobre a cidade “capital do interior” baiano. Durante a visita de<br />

uma americana do departamento de Estado dos EUA, lê-se no Folha do Norte:<br />

“Importante visitante que vem conhecer e prestigiar a maior obra administrativa do<br />

interior brasileiro” 288 .Vem a Feira Miss Reulah Confer, a convite de Juracy<br />

Magalhães e do prefeito. Com um sentimento de uma cidade que se quer fazer grande<br />

como uma metrópole e importante como uma capital, o jornal reivindica. O texto revela<br />

apreço pela importância de tal visita, demonstrando, de certa forma, a nova referência<br />

de ideal de civismo do colunista feirense, baseado na maneira norte americana de<br />

governo, sociedade e economia, contrariando o ideal comunista que tinha como<br />

referencia a ex-União Soviética, o que pode nos indicar um anseio de um grupo da elite<br />

local. Só não descreveu detalhadamente qual grande obra era esta. Suspeitamos que se<br />

tratasse de um discurso que é produzido em meio a um novo modelo nacional ao qual<br />

Feira se adéqua e, também, uma maneira de formar bases de apoio a esse novo<br />

momento. Não conseguimos identificar nesta pesquisa se este americanismo é parte do<br />

mecanismo de hegemonia, mas por outro lado, está sempre presente em discursos que<br />

visam respaldar a ordem estabelecida.<br />

João Durval é o "intelectual orgânico" de uma modernização, procura dar coesão<br />

às classes nos seus projetos à frente da prefeitura, a coesão no plano político e social.<br />

Pacheco 289 faz um estudo sobre os projetos modernizadores e higienizadores que<br />

pressupunham a retirada da tradicional feira do centro da cidade para transferi-la para<br />

um centro de abastecimento.<br />

No período de Durval, desde 1967, se intensificam os discursos de higienização<br />

do centro da cidade sobre a necessidade da transferência da feira que representava algo<br />

velho, “(...) representantes de entidades de classes e representantes dos poderes<br />

287<br />

GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a política e o estado moderno. 2.ed. Rio de Janeiro: Civilização<br />

Brasileira, 1976. p.176.<br />

288<br />

Jornal Folha do Norte. 14. 01.1967(Grifo Meu)<br />

289<br />

PACHECO, Larissa Penelu Bitencourt. A feira e a nova Feira: tradição, costume e conflito em<br />

Feira de Santana-BA 1967-1977. Monografia apresentada no curso de especialização em História da<br />

Bahia, Feira de Santana UEFS, 2007.<br />

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