REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...
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Era função de governo garantir um lugar positivo na memória coletiva local<br />
contra aquela alusão de gestão municipal que seria sua maior opositora. Estamos nos<br />
referindo ao governo de Chico Pinto. A sua aproximação com a população através da<br />
criação de meios para gestão participativa gerou expressiva popularidade que já<br />
mencionamos no primeiro capitulo. Essa popularidade seria, possivelmente, um dos<br />
motivos que levaria a ARENA perder a eleição municipal para prefeito em 1976 para o<br />
MDB, que governaria a cidade dai em diante até o ano de 1982.<br />
Francisco Pinto representava o mal a ser combatido e era o principal opositor de<br />
João Durval, sua base aliada ligada aos movimentos sociais na cidade faziam de si uma<br />
liderança popular. É preciso lembrar que o trabalho de enquadramento da memória era<br />
necessário não somente para definição de disputas locais, mas também regionais e<br />
nacionais. O novo regime deveria estabelecer suas referências, e localmente a resolução<br />
deste conflito da memória deveria ser realizada conjuntamente com a base aliada,<br />
apoiadores do golpe, principalmente a velha UDN.<br />
Diversas são as defesas realizadas pelo regime, através dos adesistas locais, do<br />
processo revolucionário de restabelecimento da segurança do país e da cidade contra o<br />
perigo vermelho. São vários os sujeitos que sustentam a versão otimista do golpe e do<br />
novo regime, sujeitos que atuam na esfera do debate público e muitas vezes da<br />
perseguição generalizada daqueles que potencialmente, para eles, seriam inimigos da<br />
nova ordem. Assim notamos alguns colunistas que como Hugo Silva, também vereador,<br />
assumiu para si o papel de defensor da nova ordem. Outros podem ser discriminados<br />
pelo seu importantíssimo papel como Helder Alencar e o colunista social do Folha do<br />
Norte, Emme Portugal. 301 Helder ainda se afirmava comunista até quando o partidão<br />
(PCB) acolhe a decisão de apoiar nas eleições para prefeito em Salvador em 1962,<br />
Osório Vilas Boas ao invés de Virgildásio Sena. 302 O que sabemos é que Helder Foi<br />
responsável por uma coluna anticomunista no Folha do Norte.<br />
O jornal Folha do Norte, o Jornal Situação e o Feira Hoje, eram fornecedores de<br />
quadros e pontos de referências dessa busca de enquadramento de uma memória<br />
positivada do golpe e das gestões pós-golpe da UDN/ARENA.<br />
301 Há algumas especulações midiáticas que diziam que os textos de Emme Portugal eram, na verdade,<br />
escritos peã esposa de João Durval, Yeda Barradas Carneiro. Entrevista com Helder Alencar,<br />
http://www.blogdafeira.com.br/noticia.asp?id=5184 visto em 18 de agosto de 2010.<br />
302 DIAS, José Alves. Rumo ao Palácio: as estratégias de dominação dos espaços políticos na Bahia<br />
durante a ditadura (1966-1982). UFRJ, 2009, p.18. (Tese).<br />
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