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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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industriais, financistas, militares e o imperialismo norte-americano. Estava se definindo<br />

o caminho da lutas sociais entre grupos populares e setores dominantes de interesses<br />

distintos para a elite que iria dirigir o Brasil pós-golpe.<br />

Jango se movia paraconseguir o apoio popular que necessitava, a 13 de março de<br />

1963, isso é refletido na passeata dos 200 mil que em contrapartida enfrenta uma<br />

manifestação contraria com cerca de 500 mil pessoas - a “Marcha com a Família com<br />

Deus pela Liberdade” - onde os caminhantes solicitavam o impeachment do presidente<br />

acusando-o de comunização do país e de estar conspirando em favor de uma republica<br />

sindicalista.<br />

Continuando a observação da análise de Argelina às causas, das proposições da<br />

esquerda antidemocrática. Linha interpretativa seguida também por Jorge Ferreira 167 ,<br />

pois a esquerda não propunha a defesa da democracia, estando disposta a irrompê-la. A<br />

Frente de Mobilização Popular (FMP) passa a ser a principal fonte de sustentação para<br />

argumentação de Ferreira. À esquerda sob a direção de Brizola e a FMP, estava em um<br />

estágio de grandes avanços organizativos, ameaçavam as classes dominantes que se<br />

viram sem alternativas, pois estariam prestes a serem golpeadas. Ao contrário dessa<br />

leitura, Badaró considera como irreal este anti-democratismo de esquerda, argumenta<br />

com subsídios de uma pesquisa sobre os trabalhadores no pré golpe. A supervalorização<br />

da FMP por Argelina e Ferreira, segundo estes organizando um processo que<br />

antidemocrático e golpista também apoiado em sua base popular de movimentos<br />

socais 168 , sugere uma visão que respalda o argumento de golpistas quanto o único<br />

caminho de escape de uma república sindicalista a maneira soviética. Se a FMP era uma<br />

frente tão ameaçadora por parte dos trabalhadores, e outra ameaça vinha das ligas<br />

camponesas, tão poderosas quanto a FMP, perdemos na história a análise mais<br />

aprofundada de uma outra frente ampla de direita, a UDN - que desde seus primórdios<br />

era golpista - que surgiu mais de uma década antes do aparecimento da FMP.<br />

Outra critica a Dreiffus é escrita por Gláucio Ary Soares 169 , que inverte a<br />

proposta elucidativa de compreensão de Dreyffus quanto ao caráter do golpe enquanto<br />

conspiração de grupos econômicos com militares, para militares com grupos<br />

167 FERREIRA, Jorge. A estratégia do confronto: a Frente de Mobilização Popular. Revista Brasileira<br />

de História. São Paulo, v. 24, nº 47, p.181-212 – 2004.<br />

168 A FMP nos estudos de Jorge Ferreira só é entendida com revolucionaria a partir de seus discursos, pois<br />

ele não aprofunda o estudo para compreender se havia ou não bases para uma possível revolução sob sua<br />

direção e de Brizola.<br />

169 SOARES. G. A. D., CASTRO. C. (Org.). Visões do Golpe. A memória sobre 1964. Rio de Janeiro:<br />

Relume-Dumará, 1994.<br />

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