REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...
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Havia mesmo um setor militar que se dispôs a resistir ao golpe junto a<br />
movimentos de trabalhadores. 173<br />
Há aspectos que precisam de estudos mais aprofundados sobre os antecedentes<br />
do golpe, como o papel articulador da UDN, enquanto frente golpista, que é de grande<br />
relevância para reconsiderar a preparação do golpe. A UDN em sua trajetória<br />
organizacional se configura a partir de posições contrárias a Getulio Vargas e o<br />
comunismo. Este movimento constrói uma serie de tentativas de golpear o Estado,<br />
sendo a primeira vez em 1945, forçando o abandono de Getulio, em 1954 com o “golpe<br />
branco”, forçando, junto a aliados, a renúncia de Getúlio, que na tese de Otávio<br />
Mangabeira significou uma “revolução pela metade”, “uma tentativa freada pelo<br />
suicídio de Getulio, de uma transformação revolucionaria, como um embrião, o ensaio<br />
geral de 1964”. Outras tentativas de deposições foram focadas porém sem êxito “até no<br />
31 de março de 1964, quando a UDN poderia considerar-se vitoriosa” 174 .<br />
Carlos Fico 175 prefere referenciar seu estudo em causas macroestruturais e<br />
micro-lógicas, produzindo um estudo mais denso com uma perspectiva abrangente. Para<br />
ele o IPES, os militares a condições históricas pela qual o país passava sob o governo<br />
João Goulart, são todas causas do golpe, em menor ou maior grau tudo deve ser<br />
considerado.<br />
Dreiffus não aprofundou em sua analise o papel da UDN para aglutinar setores<br />
dominantes enquanto movimento de classe, que só pode ser entendido a partir dos<br />
conflitos no interior do capital. A UDN representava os anseios de setores de classes<br />
econômicas dominantes, assumindo esse papel e o priorizando como um movimento<br />
liberal que se assombrava com qualquer avanço das classes trabalhadoras, conseguindo<br />
organizar-se somente em torno do medo do avanço das classes trabalhadoras e pela<br />
conquista do Estado. Em seguida ao seu objetivo atingido, se desfaz o núcleo duro da<br />
própria União. Entender a entrada de João Durval na carreira política local as relações<br />
de seu partido com o ideal de modernização da cidade e a participação da UDN como<br />
173 BA<strong>DA</strong>RÓ, Marcelo. Os trabalhadores e o golpe de 1964 um balanço da historiografia. REVISTA<br />
História & Luta de Classes. Nº 1 - Abril – 2005<br />
174 BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. A UDN e o Udenismo: Ambigüidades do liberalismo<br />
brasileiro (1945-1965). Paz e Terra, 1981. p. 91.<br />
175 FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura Militar. Revista Brasileira de<br />
História. São Paulo, vol.24, n°47, p 29-60. 2004.<br />
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