Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador
Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador
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enuncia-se a tudo. Quando Leiden já não pode resistir ao sítio, Guilherme de<br />
Orange manda arrombar os diques e inundá-la. Mas a vitória cabe, por fim, aos<br />
nacionais. Em homenagem ao seu heroísmo, a cidade foi premiada com uma<br />
universidade (1575).<br />
Em 1579, afinal, as sete províncias do norte resolveram subscrever o tratado<br />
de Utrecht, em virtude do qual se constituíam em nação independente, com o nome<br />
de Províncias Unidas. Em 1588 dá-se a derrocada da Armada Invencível. Em 1609,<br />
Espanha e Holanda assinam um armistício. Estava ganha a independência, e com<br />
ela o protestantismo também recebia o seu reconhecimento.<br />
5. O FATOR POLÍTICO-RELIGIOSO.<br />
A causa da revolta fora política e religiosa. De um lado estavam os espanhóis<br />
e o romanismo, e do outro os súditos neerlandeses e a doutrina da Reforma. A<br />
Igreja Católica mantinha-se unida ao Estado e o apoiava na luta contra a fé<br />
protestante. Aos poucos o elemento reformado assumiu as rédeas do movimento,<br />
de sorte que, ao fim da guerra, o domínio político também lhe pertencia. O<br />
luteranismo cedera passo ao calvinismo. As igrejas foram transformadas em<br />
templos evangélicos, e os sacerdotes não convertidos à nova doutrina deixaram o<br />
país, embora o tratado de Utrecht garantisse a qualquer pessoa o direito de livre<br />
consciência. Contudo, o número de católicos ainda era bem grande, havendo de<br />
igual forma muitos anabatistas, luteranos, judeus, e socinianos.<br />
Foi durante os anos da guerra que o protestantismo se organizou em Igreja.<br />
Já por volta de 1561 surge uma Confissão de Fé, redigida pelo jovem pastor Guido<br />
de Brés, juntamente com três outros ministros. Foi graças a ela que o calvinismo<br />
ganhou ascendência nos Países-Baixos. Depois, em 1563, reunem-se pela primeira<br />
vez em sínodo os delegados de várias congregações, estabelecendo o seu próprio<br />
sistema de governo, e por cujo modelo tomaram o da igreja de Genebra. Adotou-se,<br />
então, o presbiterianismo, mas em cada uma das sete províncias a administração<br />
eclesiástica era quase autônoma, visto ser a Holanda mais uma confederação de<br />
Estados que uma nação. Só poderia haver assembléia geral (sínodo) quando todas<br />
as províncias dessem o seu assentimento.<br />
Em 1566 a Confissão Belga, de Guido de Brés foi adotada oficialmente pelo<br />
sínodo de Antuérpia. Quanto à idéia das relações entre Estado e Igreja, vigorou a da<br />
autonomia desta, se bem que aliada ao Estado.<br />
A Igreja Holandesa pode orgulhar-se de suas lutas e vitórias, de seu passado<br />
de heroísmo e martírio. Em suas fileiras militaram vultos do porte de Guilherme de<br />
Orange, estadista e patriota, Hugo Grotius, fundador do direito internacional,<br />
Guilherme de Brés e Simão Escópio, entre os grandes teólogos da humanidade,<br />
convindo lembrar que também na Confissão Belga se inspiraram mais tarde os<br />
autores da Confissão de Westminster.