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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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que, quando dizemos que somos justificados pela fé, não excluímos as obras<br />

exigidas pela fé, conforme as produz uma frutífera mãe, mas as inclui.” 8 Aliás, ele<br />

foi ainda mais enfático e objetivo ao declarar que “sem obras a fé é morta e a<br />

justificação ineficaz” (sine operibus fides mortua et ad justificationem inefficax<br />

est). 9<br />

Há, porém, um ponto em que arminianos e metodistas divergem dos<br />

calvinistas, quanto à justificação pela fé. Todos os três aceitam-na como ato de<br />

Deus, instantâneo, completo e distinto, ainda, da santificação. Mas, enquanto os<br />

dois primeiros admitem que o pecador é apenas considerado por Deus em uma<br />

nova condição perante Ele, os seguidores de Calvino dão-lhe sentido mais amplo,<br />

incluindo nela, também a adoção e a vida eterna. Para ambos os arminianismos, o<br />

dos Representantes e o dos wesleyanos, a vida eterna é concedida aos crentes como<br />

recompensa por sua persistência na dedicação a Cristo, pois são suscetíveis de cair<br />

da graça e perderem a salvação. Além disso, os calvinistas ligam a justificação aos<br />

eternos decretos de Deus, desde que a fé salvadora só é concedida aos eleitos. 10<br />

4 - A DOUTRINA DA REGENERAÇÃO.<br />

A justificação e a regeneração são concomitantes, se bem que de naturezas<br />

diferentes. Aquela tem lugar em Deus, ao passo que esta se processa nos homens.<br />

Deus aceita como justo ao pecador, quando este se arrepende de suas faltas.<br />

Admite-o em nova situação, como se nada tivesse havido, o que, de modo algum<br />

significa que o onisciente e justo Deus se esqueça ou fique a ignorar o seu passado.<br />

Trata-o, como o velho pai da bela parábola de Jesus, tratou ao filho pródigo,<br />

quando este retornou ao lar. Não é nenhum santo, mas sua mudança de vida e de<br />

propósitos lhe abrem novas oportunidades. Se souber corresponder à fé em Cristo,<br />

Deus lhe proporcionará cada vez maiores bênçãos e, por fim, a vida eterna.<br />

O arminianismo e o metodismo se distinguem, aqui, um do outro, em<br />

alguma coisa. Ambos vêem na regeneração o resultado de uma obra divinohumana.<br />

Nem só Deus e nem só o homem, afastando-se assim, mutuamente, tanto<br />

do calvinismo como do pelagianismo, que são monergistas. Contudo os arminianos<br />

parecem dar a primazia da iniciativa ao homem, enquanto os wesleyanos a<br />

concedem ao Espírito Santo. É Ele, o Espírito Santo, que procura, antes, iluminá-lo<br />

e persuadi-lo. O homem, todavia, se quiser, pode resistir à ação divina. Por<br />

conseguinte, no bom entender do metodismo, a regeneração é o trabalho do<br />

Espírito Santo em cooperação com a vontade do homem. Para os arminianos tal<br />

operação se exerce primeiro sobre a mente e através da Palavra de Deus (Conf.<br />

Remons tr. 17:2, 5 ), ao passo que os wesleyanos não lhe determinam setor de<br />

influência, pois acreditam que ela pode efetuar-se por meio da mente ou do<br />

coração, como usar os mais diversos recursos.<br />

5 - A SANTIFICAÇÃO.<br />

8 Pope, Op. Cit. - Vol. II - Pág. 444, citando Limborch, in Theol. VI, pág. 4, 32.<br />

9 Hagenbach, Op. Cit - Vol. III, Pág. 116, citando Limborch, in Theol. Chr.VI, Págs 4, 22 e 31.<br />

10 Pope - Op. Cit. - Vol II, Pág. 440.

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