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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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Todavia um discípulo, Claude Pajon, professor em 1666 na mesma escola,<br />

não só continuou a sustentar as idéias de Amyraldus, mas avançou ainda mais,<br />

ensinando que a operação do Espírito sobre o intelecto também se faz por meios<br />

externos, tais como os evangelhos, as circunstâncias, etc.<br />

Na Inglaterra adotaram posição mais ou menos semelhante à de Amyraldus,<br />

Wardlaw, John Brown e James Richards e nos EUA alguns teólogos da Nova<br />

Inglaterra, como Emmons, Taylor, Park e Beman.<br />

O ARMINIANISMO NA ALEMANHA<br />

E que diremos da Alemanha, berço do protestantismo e de tantos<br />

pensadores eminentes? Se quisermos, podemos recuar aos tempos da Reforma.<br />

Comecemos pelo inolvidável Philip Melanchton, amigo íntimo de Lutero e seu<br />

coadjutor na célebre Confissão de Augsburgo. Nenhum outro viveu tão perto do<br />

coração do grande reformador e nem melhor lhe secundou os esforços naqueles<br />

tempos da agitada carreira. Hão de ser colocados sempre na lista das grandes<br />

amizades.<br />

Melanchton, não obstante, era quatorze anos mais novo do que Lutero,<br />

provinha de família bem dotada e recebera educação mais aprimorada. Duas<br />

pessoas, portanto, de idades e psicologias diferentes. Mas os dois se completaram.<br />

A calma de Melanchton se contrapôs muitas vezes à impetuosidade de Martinho<br />

Lutero, ao passo que o conservantismo do ex-monge de Wittenberg salvou o<br />

companheiro de descambar com o seu liberalismo para situações perigosas, tal<br />

como sucedeu em Augsburgo ao discutir com os teólogos romanos, por ordem do<br />

imperador Carlos V, os termos da confissão doutrinária do protestantismo alemão.<br />

Ninguém pode imaginar que rumo tomaria o movimento luterano sem o<br />

auxílio de Philip Melanchton.<br />

Lutero e Melanchton se davam muito bem. Note-se, porém, que suas<br />

teologias divergem em alguns pontos. Melanchton, por exemplo, em seu conceito<br />

sobre a Igreja enfatizava a importância da razão, e por isso é ela constituída dos<br />

que aceitam a verdadeira doutrina do cristianismo. Para Lutero a Igreja é a<br />

comunhão dos fiéis. Melanchton pensava da Santa Ceia como símbolo do sacrifício<br />

de Cristo, recebendo-O apenas aqueles que tivessem fé nEle. Lutero, no entanto,<br />

era realista, embora rejeitasse a transubstanciação. Outro ponto é o que diz<br />

respeito à salvação do homem: Martinho Lutero colocava o homem na inteira<br />

dependência de Deus, enquanto que o companheiro e amigo também exigia a coparticipação<br />

da vontade humana. No conceito de Melanchton três elementos<br />

concorriam para se efetivar a salvação: o Espírito Santo, a verdade bíblica e a<br />

vontade, sendo que o Espírito é a causa eficiente, a Palavra é o meio para alcançála,<br />

mas, depois de tudo, sem o exercício da vontade, o homem não a consegue. É o<br />

que se chama de “sinergismo.”

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