Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador
Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador
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Se o pecador concorda em receber o auxílio divino, Deus o coloca em nova<br />
condição. Novas perspectivas se descortinarão à sua frente. O caminho da glória<br />
eterna se abrirá perante seus olhos. Mas é apenas o caminho. A glória só se<br />
encontra no término. Importa, pois, palmilhá-lo até ao fim. O homem tem que se<br />
mover e pisar, às vezes, cardos e pedregulhos ferinos. Sobrevir-lhe-ão tristezas e<br />
seduções. Porém, sempre que deseje prosseguir, sentirá que não se encontra<br />
sozinho: Jesus, o <strong>Salvador</strong> compassivo, caminha a seu lado e lhe revigora as forças.<br />
Jesus nunca desampara aos que se acolherem à Sua sombra amiga. Se quiserem<br />
vencer, jamais lhes faltará o auxílio de Deus, através do Seu Filho.<br />
E, deste modo, já entramos na doutrina da perseverança cristã.<br />
8. A PERSEVERANÇA MISTA.<br />
Definamo-la, para melhor a compreendermos. Entende-se, por essa<br />
doutrina, que o crente em Jesus, uma vez regenerado, jamais cairá da graça divina,<br />
vindo a perder-se de novo. A assistência de Deus é de tal modo eficiente que ele<br />
será mantido no caminho e salvo por fim. Nada o arrebatará de Suas mãos.<br />
Conforme Jo 10.27-29; Rm 11.29; 2Tm 1.12; 2Tm 4.18 e outras passagens. Era o<br />
ponto de vista dos supralapsarianos e o é, ainda, sobretudo, das igrejas reformadas<br />
ou calvinistas.<br />
É interessante que Agostinho, sendo predestinista, esposou idéia bem<br />
contrária, admitindo que até o eleito podia cair e ser condenado. Os arminianos,<br />
luteranos, quaquers, metodistas e outros adotam mais ou menos esta última<br />
posição. Todos concordam em que a perseverança não depende exclusivamente de<br />
Deus. O crente necessita fazer a sua parte, porque a divina o será sempre. E a base<br />
se encontra em textos, como Mt 24.12-13: “E por se multiplicar a iniqüidade, o<br />
amor de muitos se esfriará. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será<br />
salvo.” Em Cl 1.23 está dito: “Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não<br />
vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes, e que foi pregado a<br />
toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.” Dando<br />
conselhos a Timóteo, Paulo diz: “E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado,<br />
evitando os falatórios inúteis e profanos, e as contradições do saber, como<br />
falsamente lhe chamam, pois alguns professando-o, se desviaram da fé.” (1Tm<br />
6.20-21). Outras passagens que se devem examinar, encontram-se em Rm 9.6;<br />
2Tm 2.17-18; 2Tm 4.10; 2Pe 2.1-2; Hb 2.1; Hb 3.14; Hb 6.4 a 6, e vs. 11; 1Jo 2.6, 9 e<br />
19; e Ap 3.1 a 3.<br />
Armínio parece ter sido mais consistente que os seus seguidores, visto que<br />
eles deram maior ênfase à vontade e aos esforços do homem, com o que tendiam<br />
para o pelagianismo. Foram, por conseguinte, ainda mais liberais do que o mestre.<br />
Tiago Armínio nunca sistematizou suas doutrinas. Expô-las segundo as<br />
circunstâncias e só com vistas a determinadas questões e pessoas. Jamais pensou,<br />
certamente, em escrever uma obra de Teologia Sistemática, e doutrinas houve,<br />
conhecidas agora como arminianas, em que nem sequer pensara. Isso foi obra de