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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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CONCLUSÃO<br />

De tudo quanto foi dito, formulemos uma síntese global, que nos permita ver<br />

de relance o quadro analisado e mais facilmente reter as evidências apontadas.<br />

1 - O espírito humano longe de ser uma entidade passiva, acomodada às<br />

circunstâncias de quaisquer naturezas, é elemento ativo, sofre, sente e reage.<br />

Motivo por que nossa vida se distingue da de outros seres. É verdade que também<br />

eles reagem aos estímulos externos, mas não sabem porque o fazem e nem são<br />

capazes de criar meios inteligentes para os transformarem em seu benefício. Por<br />

isso, no que diz respeito ao homem, o determinismo só em parte é válido.<br />

Citaríamos, se quiséssemos, centenas de exemplos. Mas, dois apenas nos<br />

bastarão:<br />

A Holanda, em sua permanente luta com o mar, usurpou-lhe dezenas de<br />

quilômetros de solo estéril e o transformou em terra das mais produtivas. 1 Ali está<br />

uma prova do que pode o engenho humano.<br />

O outro nos é dado pela Grã-Bretanha. Pequena e rodeada pelo Atlântico,<br />

converteu-se numa das maiores potências marítimas do globo. E se examinardes a<br />

vida política, social e religiosa de holandeses e ingleses, notareis coisa semelhante.<br />

Sua gente soube reagir sempre contra os que lhe feriram o brio. A independência da<br />

Holanda é fruto do despotismo dos fanáticos habsburgos espanhóis. Conscientes de<br />

seu próprio valor, alentados pela doutrina evangélica, inflamaram-se de zelo e<br />

sacudiram de vez o jugo estrangeiro.<br />

Fato idêntico nos apresenta a velha Inglaterra, a qual, não só expulsou a<br />

quantos inimigos lhe pisaram o solo pátrio, mas ainda se fez a paladina da<br />

democracia nos tempos modernos. Lembrar-vos-ei apenas que, séculos antes de se<br />

falar no diploma dos direitos do homem, já os barões ingleses tinham exigido do<br />

Rei João subscrever a Magna Carta, de perduráveis conseqüências: Onde, portanto,<br />

se tente diminuir o valor do espírito humano, a reação se levantará, infalivelmente.<br />

2 - Tiago Armínio e João Wesley refletem o espírito de seus povos, de amor à<br />

liberdade e de respeito para com a vida humana. Mas, de outro lado, eles se<br />

firmaram nesses princípios, observando que se coadunavam com a natureza do<br />

homem, que exaltavam ao Criador, tinham o apoio das Escrituras e haviam sido<br />

sustentados por alguns escritores da Igreja Primitiva.<br />

Recorrendo à Santa Palavra reconheceram que Deus fizera o homem<br />

criatura livre, consciente, responsável, e não um autômato. A obra condizia com o<br />

artífice e, por isso, o dignificava. Só assim Ele podia chamá-lo a contas e exigir<br />

satisfação por seus atos. Se pecou, não foi porque a tanto estivesse determinado,<br />

1 Fautcher, Daniel <strong>–</strong> “Geografia Agrária.”

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