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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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disso, saiu para as ruas e praças públicas, desceu às minas e penetrou nos cortiços<br />

de miseráveis criaturas humanas. O metodismo foi, e ainda é, uma revolução em<br />

marcha.<br />

Alguém chamou ao movimento wesleyano de “arminianismo agressivo,” e o<br />

disse com acerto, porque sendo sua mensagem de caráter universal e tendo fogo no<br />

coração, haveria de alastrar-se pelos quatro cantos da terra. E, muito embora os<br />

números estatísticos nem sempre revelem toda a realidade, permitem, contudo,<br />

dar-nos idéia do seu ardor evangelizante e da importância vital de suas doutrinas,<br />

apesar de existir como organização há menos de duzentos anos. Mantém atividades<br />

missionárias em cerca de noventa regiões do globo, em continentes e ilhas. O total<br />

de metodistas arrolados nas igrejas aproxima-se de 20.000.000 (vinte milhões),<br />

sem se contarem os milhares que vivem sob sua influência direta ou indireta. Do<br />

bem que fez à Inglaterra, salvando-a dos possíveis horrores de uma convulsão<br />

semelhante à da França, registram-no historiadores da competência de Leckv,<br />

Green e Hallevy. Este último, que é francês, deduziu de suas investigações que a<br />

estabilidade e o progresso da Inglaterra, nos anos de 1815 a 1841, a chamada época<br />

Victoriana, tinham a sua razão de ser no Reavivamento Metodista, o qual permeou<br />

de influências salutares a vida do povo comum, a Igreja da Inglaterra e os grupos<br />

religiosos não-Conformistas.<br />

As velhas denominações foram transformadas em seu espírito e em suas<br />

organizações, o mesmo sucedendo no setor político e no social. 1 O que continua<br />

ainda a realizar por todas as partes, testificam-no as gerações do presente. Hoje,<br />

este “arminianismo agressivo” é, sem dúvida nenhuma, das mais operosas<br />

denominações evangélicas no mundo.<br />

O arminianismo dos Representantes (dos discípulos holandeses de Tiago<br />

Armínio) carecia desses impulsos. Como revolta que foi, contra o dogmatismo<br />

calvinista, nascido por motivos basicamente teológicos, assim se manteve, pouco<br />

realizando de prático, ao contrário do que ocorre com o metodismo, para o qual os<br />

problemas da vida real assumem o aspecto de verdadeiro desafio. O pregador<br />

metodista estava mais preocupado em salvar almas e transformar os homens em<br />

pessoas úteis à sociedade do que em discutir religião, ou, ainda, provar a existência<br />

de Deus. Tinha a Deus no coração e isto lhe bastava. Quem quisesse saber se era<br />

assim ou não, que O experimentasse também. Os metodistas pregavam que Deus<br />

estava ao alcance de todos, fossem homens, mulheres ou crianças, ricos ou pobres,<br />

senhores ou escravos, patrões ou operários, viciados, decaídos ou gente de bem.<br />

Sim! A quantos Lhe abrissem o coração!<br />

O metodismo, pois, convertia em magnífica realidade a afirmativa arminiana<br />

da assistência da graça divina no interior do homem. Deus baixava ao pecador para<br />

transformá-lo em nova criatura. E, neste particular, adiantava-se, também ao<br />

calvinismo e reagia positivamente contra o pernicioso deísmo, a filosofia religiosa<br />

1 Hallevy, E. - “Histoire du Peuple Anglais au XIX Siècle,” em quatro volumes. Vol I, págs. 359, 371<br />

e outras.

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