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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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condições gozava de íntima comunhão com o seu Criador. Mas quando se deu a<br />

queda, sua natureza se corrompeu e o homem deixou, em conseqüência, de viver<br />

nesse estado. O homem pecou por ser livre e porque possuía capacidade de ação<br />

moral. Pecou por duvidar de Deus e por querer engrandecer-se a si mesmo. E, uma<br />

vez que toda a raça estava potencialmente em Adão, o pecado tornou-se patrimônio<br />

comum a todos (Rm 5.12-14, 17, 18). Ao pecado juntou-se a morte. Ambos frutos da<br />

desobediência e da queda. Recebemos, assim, uma natureza pecaminosa,<br />

transmitida por nossos primeiros pais, contudo, nenhuma culpa nos cabe pelo<br />

pecado original. Cada pessoa só responde por suas próprias faltas. Em um de seus<br />

sermões, Wesley assim se expressou: “O homem fora feito à imagem de Deus: santo<br />

como é santo o que o criou; misericordioso como o Autor de tudo é misericordioso;<br />

perfeito como seu Pai celestial é perfeito. Era, conseqüentemente, puro como Deus<br />

é puro, livre de qualquer nódoa de pecado. Pelo amor espontâneo e gratuito de<br />

Deus, era santo e feliz, conhecendo, amando e gozando a Deus, que é, em<br />

substância, a vida eterna. Nessa vida de amor o homem permaneceria para sempre,<br />

se continuasse a obedecer a Deus...”<br />

Entretanto “o homem desobedeceu,” perdendo a comunhão com o Criador.<br />

Seu corpo, de igual modo, tornou-se corruptível e mortal. Assim, “por um homem<br />

entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte. E a morte passou a todos os<br />

homens, visto estarem estes compreendidos no pai comum e representante de<br />

todos nós.” “Nesse estado nos encontrávamos, nós e toda a humanidade, quando<br />

Deus enviou seu único filho ao mundo a fim de nos resgatar do pecado,” “pela<br />

oblação (oferta) de si mesmo, oferecida uma vez, Ele nos resgatou e a toda<br />

humanidade,” desde que aceitemos por sua graça, a obra redentora do segundo<br />

Adão, Cristo Jesus. 3 O que cabia a Deus, Ele o fez. Agora resta ao homem fazer a<br />

sua parte. Se quiser rejeitar a dádiva preciosa da salvação, isto fica sob sua<br />

exclusiva responsabilidade. Os artigos de nºs 7 e 8 de nosso padrão doutrinário,<br />

sintetizam muito bem o pensamento de Wesley e a posição da Igreja Metodista.<br />

Queiram, pois, examiná-los os diletos leitores.<br />

2 - A PREDESTINAÇÃO.<br />

Aqui o metodismo se afasta do calvinismo e, de igual sorte, do<br />

arminianismo, visto ambos serem deterministas: supralapsariano um,<br />

infralapsariano o outro. Para o primeiro, a predestinação ou eleição é anterior à<br />

obra da criação e é incondicional. Para o segundo (infra lapsum), a predestinação<br />

baseia-se na presciência de Deus a respeito da atitude do homem em face de sua<br />

prova e queda, e não é desde a eternidade e nem incondicional. Naquele caso, Deus<br />

permitiu a queda do homem como meio de executar o Seu eterno decreto e, pela<br />

mesma razão, escolheu os que hão de salvar-se. No segundo, a queda não é<br />

decorrente do decreto da eleição, e os escolhidos são todos aqueles que Deus previu<br />

aceitariam a Cristo pela fé. Aqueles aceitam-nO, porque assim tem que ser; mas<br />

estes, se O quiserem. Os arminianos, portanto, concediam certa liberdade ao<br />

homem.<br />

3 Wesley - Sermões - Vol I, Págs 109 a 11 <strong>–</strong> Imprensa Metodista - São Paulo - 1953.

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