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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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Entretanto, alguém pôs-se a perturbar essas pessoas com a questão<br />

predestinista. Estes formaram logo um pequeno grupo chefiado por George<br />

Whitefield, ministro anglicano, grande evangelista e companheiro de primeira hora<br />

dos irmãos Carlos e João Wesley. Recusando-se os ditos inovadores a ouvir as<br />

exortações que lhes dirigia, João agiu com maior energia, pregando, em Bristol<br />

(1740) , um sermão sobre a “Livre Graça,” que publicou em seguida, o qual estava<br />

baseado em Rm 8.32: “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos<br />

nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as cousas?”<br />

Em conseqüência os calvinistas se organizaram num movimento à parte.<br />

Whitefield, então, acirrou o combate, brandindo as armas de sua eloqüência tanto<br />

contra a posição wesleyana como contra a pessoa do ex-colega, que, apesar disso,<br />

preferiu não lhe votar (dedicar) atenção. Numa dessas ocasiões, deu aos que o<br />

incitavam a tomar atitude idêntica à de Whitefield, esta bela resposta: “Podeis ver<br />

Whitefield contra Wesley, porém não Wesley contra Whitefield.” Anos mais tarde<br />

os dois reataram a amizade. E Whitefield, que veio a falecer na América, deixou em<br />

seu testamento alguns presentes para João Wesley e o incumbiu do sermão<br />

memorial.<br />

Apesar de suas divergências, ainda eram irmãos em Cristo Jesus. Em 1770,<br />

quase trinta anos depois da primeira controvérsia, as divergências se reacenderam<br />

de novo, saindo em defesa do arminianismo, desta vez, dois dos melhores<br />

colaboradores de Wesley: João Fletcher e Tomas Olivers, este autor do hino “Ao<br />

Deus de Abraão Louvai.” E, assim, podemos saber com precisão o conceito<br />

wesleyano sobre a referida doutrina.<br />

Para João Wesley, “a graça é livre em tudo e livre para todos,” o que significa<br />

dizer que é distribuída gratuitamente por Deus a cada pessoa. Não depende de<br />

méritos humanos e nem se particulariza somente a uns tantos. A salvação, por<br />

conseguinte, é de alcance universal, porque a graça foi posta à disposição de todas<br />

as pessoas. Deus seria incapaz de decretar a salvação de uns e a condenação de<br />

outros, porque isso é contrário à Sua natureza e à natureza do homem. Sim,<br />

porque, se uns foram predestinados à ruína e terão necessariamente que viver no<br />

pecado, a culpa por esse mal recai sobre o próprio Deus. O fato de se recusar Ele a<br />

salvá-los, quando a outros concede o privilégio, nos deixa perplexos e nos induz a<br />

conjecturas menos apreciáveis a respeito de Seus sentimentos. O Criador se rebaixa<br />

a nossos olhos, pois mesmo limitados como somos, parece que seríamos incapazes<br />

de agir de semelhante modo.<br />

Daí as expressões de Wesley acerca da referida doutrina: “Destrói todos os<br />

seus atributos; põe abaixo tanto sua justiça como sua misericórdia e verdade;<br />

representa ao santo Deus como pior, mais falso, mais cruel e mais injusto do que o<br />

diabo. Mais falso, porque o diabo, mentiroso como é, nunca disse que determinou<br />

que todos os homens fossem salvos; mais injusto, porque o diabo não pode, ainda<br />

que queira, ser culpável da injustiça que se atribui a Deus quando se diz que<br />

milhões de almas foram condenadas por ato dEle ao fogo eterno, preparado para o

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