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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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CAPÍTULO IV<br />

ORGANIZAÇÃO E DIFUSÃO DO ARMINIANISMO<br />

Com a morte de Armínio o movimento não cessou. As idéias nem sempre<br />

desaparecem com os seus genitores. Muitas vezes é depois que adquirem maior<br />

força, se encontram quem as incorpore à própria vida. Foi o que se passou na<br />

Holanda com o arminianismo.<br />

Amigos e discípulos levaram-no adiante. Homens, conforme já frisamos, da<br />

envergadura de Oldenbornveldt, Hugo Grotios, Johan Uyttenbogaert, que era o<br />

mais íntimo de Armínio, e Simão Episcópio, seu sucessor em Leiden. Muitas<br />

pessoas de projeção e mais de uma dezena de pastores se incluíram, desde logo,<br />

entre os adeptos.<br />

Assim, a controvérsia prosseguiu, cada vez mais acesa, agitando os Países-<br />

Baixos, envolvendo, também, a política, em razão das afinidades que havia do<br />

Estado com a Igreja Reformada e do próprio caráter do movimento. Acontece que<br />

Oldenbornveldt, além de simpático ao arminianismo, defendia o regime<br />

republicano, enquanto que o príncipe Maurício de Orange pugnava pelo<br />

nacionalismo centralizador e era supralapsariano. O arminianismo advogava a<br />

tolerância e a liberdade religiosa, ao passo que o calvinismo tendia para o<br />

dogmatismo e era pouco democrático. Aquele procurava realçar o valor do homem,<br />

ao passo que este exaltava a soberania de Deus. Como se poderiam, então, nessas<br />

condições conciliar os dois pontos de vista?<br />

Iam as coisas em tal pé, quando Oldenbornveldt, chefe da Província de<br />

Holanda, pediu aos seguidores de Armínio, isto em 1610, preparassem uma<br />

declaração de sua fé, a qual veio a ser conhecida como “Representação,” a fim de<br />

ser apresentada ao Governo, para, desse modo, conseguir fossem tolerados, pelo<br />

menos. Daí, também, a denominação que se lhes deu de “Representantes.”<br />

Redigiram, pois, o célebre documento, nele expondo os cinco pontos<br />

fundamentais, seguintes, por nós assim resumidos:<br />

1) Deus, por meio de um decreto eterno e imutável, resolveu salvar, através<br />

de Jesus Cristo, a todos que O aceitassem como <strong>Salvador</strong> e Lhe fossem fiéis até ao<br />

fim, e condenar aos que vivessem alienados dEle, conforme Jo 3.16: “Por que Deus<br />

amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele<br />

que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”<br />

2) Jesus é o <strong>Salvador</strong> do mundo, havendo efetuado um sacrifício por todos<br />

os homens e em particular, pelo indivíduo. A redenção é universal. Mas só se<br />

salvam os que se arrependerem e crerem nEle.<br />

3) Ninguém pode, por si só, fazer qualquer bem ou atingir a salvação.

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