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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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Amsterdã e Roterdã tornaram-se, então, os seus centros principais. Naquela<br />

estabeleceram um seminário teológico para o preparo de ministros, e em cujas<br />

cátedras se assentaram os ilustres Episcópio, Limborch, Curcellaeus, Le Clerc,<br />

Cattenburg e outros.<br />

Organizando-se em comunidade eclesiástica, os arminianos adotaram o<br />

sistema presbiteriano como forma de governo. Consta, no entanto, que alguns<br />

ministros se inclinavam, preferentemente, para o regime episcopal, conforme<br />

existia na Igreja da Inglaterra (Anglicana).<br />

Episcópio redigiu uma Confissão de Fé, destinada a servir de padrão<br />

doutrinário, mas nenhum pastor era obrigado a aceitá-la ou a prestar-lhe<br />

juramento. A tolerância do arminianismo via-se refletida aqui mais uma vez, e<br />

ainda depois se afrouxou paulatinamente, com grandes prejuízos para o sistema.<br />

O progresso do arminianismo foi pequeno nos Países-Baixos. É que seu<br />

rival, o calvinismo, já se havia radicado fortemente nas províncias do norte, quando<br />

ele despontou ali, estava melhor organizado e contava com o apóio do Estado. Não<br />

o poderia desalojar, assim, tão facilmente. Mas, também, este, foi impotente para<br />

eliminá-lo. Ainda hoje se mantém lado a lado, se bem que o número de suas<br />

congregações e de seus pastores seja reduzido. A Igreja Reformada conserva a<br />

predominância.<br />

Contudo, no estrangeiro, a influência do arminianismo se acentua dia a dia e<br />

nos mais variados setores. Em diversos países, onde o calvinismo teve épocas de<br />

esplendor, perdeu muito de seu brilho com a introdução das idéias arminianas,<br />

especialmente na Inglaterra, EUA e outras partes. Além disso, obrigou, por mais de<br />

uma vez, certos teólogos afeiçoados ao calvinismo a lhe suavizarem algumas<br />

arestas, tal como sucedeu com Amyraldus, na França; Richard Baxter, na<br />

Inglaterra, e Natanael Taylor, nos Estados Unidos, chegando todos eles, como<br />

veremos, a criarem novos sistemas teológicos.<br />

O ARMINIANISMO NA INGLATERRA<br />

Na Inglaterra o arminianismo se introduziu de maneira interessante. Entre<br />

os presentes ao Sínodo de Dort, achava-se o clérigo John Hales, de Eton, professor<br />

de grego em Oxford, desde 1612. Contou ele mesmo que, ouvindo o arrazoado de<br />

Simão Episcópio sobre Jo 3.16, quando defendia naquele conclave a doutrina dos<br />

Representantes (arminianos), despediu-se de Calvino, ou seja, de sua doutrina,<br />

com um adeus. Regressando à pátria, tornou-se lá defensor ardoroso do<br />

arminianismo. Novos simpatizantes surgiram, não obstante anglicanos e<br />

calvinistas lhes movessem oposição. À corrente de tendências arminianas, que se<br />

vinha desenvolvendo no país, independentemente da continental, graças sobretudo<br />

às idéias do pregador Pedro Raro (1531-1599), de Cambridge , juntava-se, agora, a<br />

de John Hales.

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