Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador
Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador
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fundamentais para os dois, agrupando-as em um todo harmonioso e equilibrado.<br />
De um lado sustenta a glória e soberania de Deus e, do outro, a liberdade do<br />
homem. A salvação é dom gratuito, concedido aos homens sem que o mereçam,<br />
mas não vai ao ponto de deixar tudo exclusivamente nas mãos divinas. A salvação é<br />
obra divino-humana. O enfermo cura-se quando se dispõe a submeter-se às<br />
prescrições do médico e toma os remédios que lhe indica. O mais importante, pelo<br />
menos em situação delicada, depende do clínico, mas, passada a crise, a cooperação<br />
do enfermo é imprescindível. Por melhor que seja um medicamento, o efeito<br />
dependerá da reação do organismo. A graça de Deus, de igual modo, só completa<br />
sua obra quando o homem diligencia em secundá-la.<br />
Fatalismo, determinismo, transcendentalismo, ou panteísmo e humanismo,<br />
são uns tantos “ismos” que os seguidores de Wesley repelem como perigosos. Se é<br />
absurdo afirmar-se que “o homem é homem simplesmente porque não é gato,” não<br />
é menos grave tomá-lo como aferidor (avaliador, medidor, julgador) de valores.<br />
Nunca nos podemos esquecer que ele é finito, limitado, perecível, sujeito a falhas,<br />
mas também que Deus o fez à Sua imagem moral e espiritual.<br />
Jamais compreenderemos o Criador se o divorciarmos do homem, assim<br />
como seremos incapazes de conhecer o homem isolando-o de Deus. Quantas vezes<br />
se tem elevado tanto a Deus ao ponto de o homem ficar obscurecido? Ainda agora<br />
se propala uma teologia transcendentalista, na qual o Altíssimo está fora do alcance<br />
de nossas especulações. Bonita, sem dúvida, mas nada confortadora! Mas, também,<br />
não é possível entronizar a ridícula razão da criatura a que chamamos homem. Os<br />
seus desatinos são evidentes até para os cegos.<br />
6 - Diremos, finalmente, que a sociedade hodierna necessita conhecer e<br />
experimentar a teologia metodista. Em um mundo inquieto e desnorteado como o<br />
nosso, ela fará muito bem. Será uma bênção sentir a mão divina segurando a nossa<br />
ao invés de nos julgarmos quais cascas de nozes agitadas pelos vagalhões da vida,<br />
ou quais indefesos órfãos abandonados ao léu da sorte. Há, para todos, um<br />
timoneiro seguro, um Pai acessível e de infinita misericórdia. Seus são os tesouros<br />
nos céus e na terra, e Ele quer distribuí-los com os Seus filhos, de qualquer raça, de<br />
qualquer continente e de qualquer condição social. Até o mais vil pecador. Não há<br />
exceções para Deus. Só o próprio homem se pode excluir do reino celestial.<br />
Não existe mensagem mais confortadora e mais entusiasta. Ela nos ensina o<br />
verdadeiro sentido da fraternidade, porque nos ajuda a ver em nosso próximo um<br />
irmão pelo qual Jesus também derramou o Seu sangue. Ela nos faz cônscios de<br />
nosso dever de anunciar o Evangelho por todas as partes. Ela nos constrange a<br />
batalhar por um mundo de paz e de boa vontade, de justiça e de respeito para com<br />
todos os homens. “O metodismo,” disse alguém sabiamente, “é uma revolução em<br />
marcha.”<br />
Deus o permita!