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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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Tiago quis rever os parentes, soube-os todos mortos. Só lhe restava conformar-se<br />

mais uma vez e prosseguir no caminho da vida.<br />

2. O PREPARO ESCOLAR.<br />

Após os acontecimentos acima narrados, vamos encontrar Armínio na<br />

majestosa Roterdã, não muito longe do mar. Aqui, faz valer de novo a chave mágica<br />

do seu bom caráter, ampliando sua lista de amizades. Entre elas destacou-se de<br />

pronto a de Pedro Bertius, sênior, pastor da igreja local, que o tratou como se fora<br />

da família e a de seu filho, o jovem Pedro. Mais tarde haveria este último de<br />

escrever a biografia do amigo de tantos anos e cumprir a difícil tarefa de proferir a<br />

oração memorial.<br />

Bertius mandou seu filho Pedro e Tiago para estudar na Universidade de<br />

Leiden. Conquanto recém-criada, diversos mestres eminentes regiam suas cátedras<br />

com brilhantismo, como o erudito Lambert Danaeus e o ilustre João Dousa. Em<br />

1578 o velho amigo de Armínio, Rudolph Snelius, juntou-se ao grupo desses<br />

eficientes professores.<br />

Foram seis anos úteis os que Armínio passou em Leiden. Estudou Teologia,<br />

Filosofia, Hebraico, Literatura e outras disciplinas, sempre com assiduidade, gosto<br />

e aproveitamento. Seu exemplo tornou-se notório. Ministros do Evangelho e<br />

autoridades civis se interessaram por ele. Novas portas se lhe abrem! Mandam-no<br />

então a Genebra, a Roma do protestantismo, para cursar a universidade. A Câmara<br />

do Comércio assumia a responsabilidade pela manutenção do estudante, o qual<br />

entrava pela casa dos vinte e um anos por essa época.<br />

Na cosmopolita Genebra o moço neerlandês freqüentou as preleções dos<br />

professores ao lado de colegas de várias nacionalidades. Pontificava ali a figura de<br />

Teodoro Beza, sucessor de Calvino, ainda mais extremado do que ele no<br />

predestinismo. Não foi isto, porém, que o levou a incompatibilizar-se com um dos<br />

mestres, mas, sim, a importância que se dava ao ensino aristotélico. Transferiu-se,<br />

em conseqüência, para Basiléa, sendo recebido ali com simpatia. Convidado a<br />

proferir algumas preleções, tomou a epístola aos Romanos como texto, e delas se<br />

desincumbiu com agrado geral. Seu prestígio cresceu, a ponto de a própria<br />

universidade querer diplomá-lo com o título de doutor em Teologia: honra que<br />

recusou, alegando ser ainda muito jovem. Logo depois regressou a Genebra, onde o<br />

trataram, agora, com mais atenção. Beza, respondendo a uma carta vinda de<br />

Amsterdã, na qual se indagava de Armínio, deu o melhor testemunho quanto à sua<br />

piedade e dons intelectuais.<br />

Ao fim destes três anos de proveitosos estudos, resolveu descer à Itália e ir a<br />

Pádua, onde o célebre Tiago Zabarela lecionava Filosofia. Visitou, também, outras<br />

cidades e esteve em Roma, que o impressionou com real desagrado. Mas, na pátria<br />

distante, indivíduos maldosos começaram a manchar-lhe a reputação, propalando<br />

que confabulara com os jesuítas e chegara a beijar os sapatos do Papa. Era o<br />

princípio da luta que teria de enfrentar durante o resto da vida. Felizmente levara

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