12.06.2013 Views

Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

elativamente grande, embora de fraca densidade. Leiden e Amsterdã, entre as<br />

maiores, contavam apenas umas 20.000 almas. Todas tinham direito a um<br />

representante no governo provincial, ou seja na Assembléia (Estados Provinciais).<br />

O negociante ainda não era muito rico, mas já usufruía posição de certo destaque.<br />

A ele, e sobretudo ao aristocrata, cabia a maior influência do governo do país.<br />

Os artesãos estavam concentrados nas cidades, reunidos em corporações<br />

(gilden), mais ou menos parecidas aos modernos sindicatos operários. Gozavam de<br />

relativa situação econômica e de modo geral sabiam ler. O restante da população<br />

constituía-se de lavradores e marinheiros. O proletariado era pouco numeroso.<br />

Talvez a Holanda fosse na época o país melhor equilibrado, socialmente. A<br />

riqueza e a cultura estavam ao alcance de muitos. Já na Idade Média os “Irmãos da<br />

Vida Comum” tinham estabelecido escolas para os filhos do povo. Holandeses<br />

foram Rembrandt, Roesbroec, Wessel, Groot, Erasmo agrícola, Grotius, Spinoza e<br />

Tiago Armínio. Instrução, espírito mercantil, intercâmbio comercial, haveriam de<br />

criar nos cidadãos o senso de liberdade e o amor à democracia. E agora, sem medo<br />

de errar, podemos acrescentar que ao fator religioso se deve o aprimoramento<br />

desse espírito de independência, de apego à liberdade e de interesse pela doutrina<br />

da Reforma.<br />

4. A SITUAÇÃO POLÍTICA.<br />

Tendo pertencido à França, como dote de Maria de Borgonha, em virtude de<br />

seu casamento com Maximiliano da Áustria, vieram os Países-Baixos a cair sob o<br />

domínio espanhol, porque Carlos V e seu filho Felipe II descendiam em linha direta<br />

dos habsburgos austríacos. Em suas mãos estavam, também, a Alemanha, parte da<br />

América, África e regiões da Ásia. “O sol nunca se punha em tão vastos domínios,”<br />

como se veio a dizer.<br />

A política destes habsburgos jamais foi bem acolhida nos Países-Baixos.<br />

Carlos V fez o máximo para centralizar o poder estatal, usurpando ao povo velhos<br />

privilégios já consagrados, nascendo daí amarga antipatia para com ele e seus<br />

representantes.<br />

Um de seus erros mais graves foi o de querer extinguir pela força a influência<br />

das idéias protestantes, já em franco progresso no seio do povo. Por essa causa, em<br />

1523, dois frades agostinhos, respondem a inquérito em Bruxelas, sendo a seguir<br />

queimados. São eles, Henrique Voes e João Esch, os dois primeiros mártires da<br />

Reforma. Centenas de outros vieram depois. No mesmo ano surge o Novo<br />

Testamento em holandês, traduzido de Lutero. Os germes do misticismo de Kempis<br />

e de Wessel, se despertam. Reacende-se na alma dessa gente amante da liberdade o<br />

desejo de conhecer a nova fé. Querendo Filipe apagá-la com mão de ferro, mais ela<br />

se incendeia. Inquisição, execuções, emprego de força militar, tudo se torna em<br />

vão. O povo se une, os nobres se arregimentam, marinheiros e pescadores se<br />

convertem em terror para as hostes espanholas. A causa adquire foros de<br />

nacionalidade. Combate-se o inimigo em terra e no mar. Pela pátria e pela fé

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!