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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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vista disso, é condicional. Não basta que Deus queira e possa salvar, é preciso que<br />

também o pecador queira ser salvo.<br />

Note-se, entretanto, que Deus já pôs à disposição do homem os meios que<br />

lhe permitirão obrar dignamente, de modo a tornar-se aceitável aos Seus divinos<br />

olhos, no conceito de George Bull. São os sacramentos. Por meio deles o Senhor<br />

distribui a cada um a graça que precisar para cumprir a Sua excelsa vontade. O<br />

batismo purifica de todo o pecado e capacita a pessoa a dar os primeiros passos na<br />

vida cristã. Pela Santa Ceia, Deus a confirma e fortalece e a leva à prática do bem.<br />

Os meios são de Deus, mas a iniciativa em buscá-los pertence ao homem. Agora<br />

suas obras passam a ser boas e aceitáveis perante Deus, que as toma em<br />

consideração aos méritos de Cristo. Assim o pecador recebe a justificação.<br />

Em um ponto o bispo Bull se mantinha fiel à doutrina calvinista: quando<br />

sustentava a necessidade da graça divina para que se realizasse a salvação. Sua<br />

interpretação dos sacramentos, de outro lado, se confundia com a de Roma<br />

(catolicismo), pois lhes concedia virtudes. Mas, em linhas gerais, sua teologia<br />

continha muito de arminianismo. Por exemplo: a graça ao alcance de todos, a<br />

extensão da obra vicária de Cristo, a responsabilidade do homem por sua própria<br />

salvação. Além de outros conceitos. Portanto, não é demais lembrar que essa<br />

teologia andava em voga nos dias em que João Wesley iniciou o seu ministério.<br />

2. A INFLUÊNCIA DOS PAIS: SUSANA E SAMUEL WESLEY.<br />

Os pais de João Wesley foram os primeiros a lhe inculcarem as idéias acima<br />

exaradas (lavradas, registradas por escrito). Ambos, ainda jovens, deixaram a<br />

Igreja Dissidente, filiando-se, por convicção, à Igreja Anglicana, ajudando-os<br />

bastante, nesse particular, a “Harmonia Apostólica,” do bispo George Bull.<br />

Alguém escreveu que Samuel e Susana discordavam um do outro em muitas<br />

coisas, mas raramente quanto às suas convicções religiosas. Os escritos que nos<br />

deixaram, comprovam-no sobejamente: sejam cartas, estudos ou publicações. Os<br />

dois nutriam grande interesse por questões teológicas. Susana, aos quarenta e um<br />

anos, escreveu uma exposição do Credo Apostólico. Samuel, aos vinte e nove,<br />

formava ao lado dos editores da Gazeta Ateniense, destinada a divulgar<br />

conhecimentos religiosos e filosóficos. De sua lavra foram, ainda, uma obrazinha<br />

sobre o sacramento da Santa Ceia e uma exposição sobre o livro de Jó.<br />

Os Wesley, por suas idéias, filiavam-se à corrente arminiana, concordando<br />

em diversos pontos com o bispo Bull. Juntamente com este, consideravam ser a<br />

expiação imprescindível à salvação e de âmbito universal, como, de igual forma,<br />

faziam depender do homem a sua apropriação. Os meios para a alcançar, são a fé e<br />

as obras. A fé, como assentimento, antes de tudo, ao que a Escritura registra a<br />

respeito de Cristo. A fé, então, é crença e não um dom de Deus implantado no<br />

coração do homem: é atitude humana. Mas não é só crença: é, também, obediência<br />

aos preceitos divinos; é vida prática. A fé tem como suporte as obras de obediência.<br />

Uma se ampara na outra. A fé conduz à prática, mas, por sua vez, a ação fortalece e

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