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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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INTRODUÇÃO<br />

<strong>José</strong> Gonçalves <strong>Salvador</strong><br />

Este livrinho, antes de tudo, é uma satisfação a pedidos que amigos me<br />

dirigiram há tempos, solicitando para escrever alguma coisa a respeito das relações<br />

entre a Igreja Metodista e o arminianismo. Em suas missivas lamentavam eles<br />

haver em nosso meio desconhecimento quase total da história e das doutrinas do<br />

sistema teológico originado com Tiago Armínio, na Holanda, em fins do século XVI<br />

e, de igual forma, das afinidades do metodismo wesleyano com o mesmo, a ponto<br />

de se atribuir a ambos afirmações que não lhes são peculiares.<br />

Pus-me, então, a observar. Conversei com dezenas de pessoas, arroladas<br />

numa porção de denominações evangélicas, e também li jornais e revistas. Em<br />

determinado artigo chegava-se a dizer que o metodismo não dá importância à graça<br />

de Deus, que o arminianismo é episcopal, e sendo a Igreja Metodista episcopal e<br />

arminiana, ipso fato, é um sistema papal.<br />

Ora, tais declarações não condizem com a verdade e só revelam lamentável<br />

ignorância. A doutrina da graça é fundamental em todo o metodismo. E quanto ao<br />

pretendido episcopalismo, basta esclarecer que o metodismo inglês, fruto direto de<br />

João Wesley, não é episcopal. Devo lembrar, ainda, que o arminianismo holandês<br />

adotou como forma de governo eclesiástico o sistema presbiteriano.<br />

Minhas observações acabaram por dar razão aos meus amigos missivistas,<br />

levando-me a escrever as notas que ides ler. Trata-se de trabalho simples, sem<br />

propósitos de erudição; coisa que nem de leve possuo. Quis torná-lo acessível ao<br />

maior número de pessoas, para, assim, prestar melhor serviço. Limitei-me a meia<br />

dúzia de páginas sobre cada capítulo, ou pouco mais, quando poderia escrever<br />

centenas. Se me aprofundasse no estudo, faria obra volumosa, de maior custo e de<br />

interesse, talvez, só para uma pequena elite. Em todo caso, as picadas ficam<br />

abertas.<br />

Faço, no primeiro capítulo, uma breve análise das condições geográficas,<br />

econômicas, sociais, políticas e religiosas dos Países-Baixos no início dos tempos<br />

modernos, pois devemos conhecer o cenário onde os fatos se processam e onde os<br />

atores desempenham seus papéis. É impossível a História sem a Geografia. A<br />

Holanda, por exemplo, não se explica independentemente do Mar do Norte.<br />

Mesmo as idéias sociais, políticas e religiosas têm notável relação com o habitat, ou<br />

seja, o ambiente no seu mais amplo sentido. E isto também explica porque o<br />

arminianismo germinou onde o calvinismo já se havia radicado. A época exigia<br />

maior compreensão do homem. A Renascença, os seguidores de Duns Scotus,<br />

franciscanos em sua maioria, os arminianos e outros, todos pugnavam por sua<br />

valorização.

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