Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem
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criança, como é o caso do retrato da parreira, planta que se <strong>de</strong>senvolve <strong>em</strong> ramas,<br />
reproduzida <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> árvore, com copa e tronco <strong>em</strong> parte dos <strong>de</strong>senhos, como<br />
<strong>de</strong>monstram os anexos E 23 e E 24. Tal interpretação aparece também no texto<br />
escrito, por meio da locução nominal: árvore <strong>de</strong> uva. Já os anexos E 25 e E 26<br />
traz<strong>em</strong> <strong>de</strong>senhos que representam as parreiras <strong>em</strong> ramas, <strong>de</strong>monstrando que esses<br />
leitores conhec<strong>em</strong> a disposição <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> planta.<br />
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Ainda a ilustração do anexo E 26 traz outro traço interessante, já<br />
discutido anteriormente, a humanização da raposa, <strong>de</strong>senhada, nesta<br />
representação, com traços humanos e ostentando vestimentas masculinas. É um<br />
retrato que acompanha a própria história da fábula, como já dito anteriormente,<br />
prática <strong>de</strong> ilustradores como Gran<strong>de</strong>ville e Doré. Tal uso po<strong>de</strong> estar associado à<br />
caracterização, realizada no texto literário, da composição dos animais com<br />
peculiarida<strong>de</strong>s humanas, na composição psicológica das personagens.<br />
O quadro também se repete na ilustração da fábula O burro juiz, no<br />
qual o burro é retratado como bípe<strong>de</strong>. A forma <strong>de</strong> locomoção do animal é uma<br />
maneira <strong>de</strong> humanizá-lo e, <strong>de</strong>sse modo, aproximá-lo, por características físicas, aos<br />
seres humanos. O som <strong>em</strong>itido pelas aves é representado por símbolos musicais,<br />
represados por meio <strong>de</strong> balões. A professora coloca no <strong>de</strong>senho uma qualificação:<br />
“adorei!”, marcando, como dito anteriormente, a aceitação do leitor, que no caso é a<br />
própria docente (anexo E 27). S<strong>em</strong>elhante é a ilustração seguinte, como <strong>de</strong>monstra<br />
o anexo E 28.<br />
A ilustração seguinte, anexo E 29, mostra a gralha com o troféu no<br />
qual se lê primeiro lugar. O objeto, símbolo <strong>de</strong> uma conquista e comum <strong>em</strong> jogos e<br />
<strong>em</strong> situações <strong>de</strong> competição, é uma inserção <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos que, estranhos ao texto<br />
primeiro, constitu<strong>em</strong> o universo <strong>de</strong> saberes, pulverizados nos meios sociais e<br />
culturais nos quais a criança está inserida.<br />
A narrativa O burro na pele do leão traz, <strong>em</strong> sua primeira ilustração,<br />
anexo E 30, a apresentação do resultado do disfarce do animal, que castigado é<br />
reconduzido pelo dono e chicoteado durante o trajeto. Já a figura seguinte, anexo E<br />
31, <strong>de</strong>senhada pela criança, mostra por meio <strong>de</strong> uma visão aérea, o burro<br />
observando a pele do leão, que se encontra estendida no chão, <strong>em</strong> meio a um<br />
cenário <strong>de</strong> mato, situação um tanto inverossímil. Em torno do burro são <strong>de</strong>senhados<br />
vários pontos <strong>de</strong> interrogação que suger<strong>em</strong> a possível divagação do animal ao<br />
arquitetar o plano. O cenário faz jus à <strong>de</strong>scrição narrativa da criança: coqueiros,