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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem

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são classificados como fábula, o que a faz classificar o gênero como “um ato <strong>de</strong> fala<br />

que se realiza por meio <strong>de</strong> uma narrativa” (DEZOTTI, 2003, p. 22).<br />

Desse modo, a fábula, vocábulo latino que pertence ao mesmo<br />

radical <strong>de</strong> falar (fabulare), é uma narração breve, <strong>de</strong> natureza simbólica, cujos<br />

personagens, geralmente, são animais que pensam, ag<strong>em</strong> e sent<strong>em</strong> como os seres<br />

humanos.<br />

A fábula po<strong>de</strong> ter surgido junto com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vencer a<br />

censura e questionar as injustiças. Antes <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada um gênero, passou<br />

dispersa na boca do povo até ser acolhida por escritores que a consagraram<br />

enquanto gênero literário. Chegou, no século V a.C., a se tornar modismo, ao estar<br />

presente na comunicação cotidiana, alçando com isso, popularida<strong>de</strong> entre os<br />

gregos.<br />

Segundo Carvalho (1989), a fábula consiste <strong>em</strong> uma pequena<br />

narração <strong>de</strong> acontecimentos fictícios. É, portanto, uma “pequena composição que<br />

encerra s<strong>em</strong>pre gran<strong>de</strong> filosofia. Po<strong>de</strong> ser <strong>em</strong> prosa e <strong>em</strong> verso, escon<strong>de</strong>ndo<br />

s<strong>em</strong>pre uma verda<strong>de</strong> moral, nas tramas <strong>de</strong> fatos alegóricos” (CARVALHO, 1989, p.<br />

42). Portanto, um dos objetivos do gênero é a transmissão <strong>de</strong> uma lição <strong>de</strong> moral.<br />

Para Coelho (1987), a fábula é a primeira forma narrativa registrada<br />

pela História e consiste <strong>em</strong> uma narrativa alegórica <strong>em</strong> que as personagens são<br />

geralmente animais e cujo <strong>de</strong>senlace reflete uma lição moral.<br />

La Fontaine, <strong>em</strong> prefácio <strong>de</strong> sua obra, afirma que as fábulas<br />

não são simplesmente morais; proporcionam ainda outros<br />

conhecimentos: as qualida<strong>de</strong>s dos animais e os seus caracteres<br />

diversos ali estão expressos; por conseguinte, os nossos também,<br />

pois nada mais somos que o resumo do que há <strong>de</strong> bom e <strong>de</strong> mau<br />

nas criaturas irracionais (LA FONTAINE, s/d, p. 24).<br />

O fabulista, ao discutir a matéria literária que visa representar ao<br />

comportamento social do hom<strong>em</strong>, expan<strong>de</strong> seu caráter moralizador ao atribuir aos<br />

seres humanos características encontradas nos animais aos seres humanos. Isso<br />

porque a t<strong>em</strong>ática é variada e cont<strong>em</strong>pla tópicos que têm por função explorar<br />

qualida<strong>de</strong>s e ações humanas como a vitória da fraqueza sobre a força, da bonda<strong>de</strong><br />

sobre a astúcia e a <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> presunçosos.<br />

Coelho (1987) esclarece que somente a partir do século XIX são<br />

<strong>de</strong>terminados os limites entre a fábula e as <strong>de</strong>mais formas metafóricas e simbólicas,<br />

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