Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem
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A análise apresenta, con<strong>de</strong>nsando o que já se <strong>de</strong>staca <strong>em</strong> todo o<br />
trabalho, a <strong>de</strong>dicação da instituição, <strong>de</strong> seu corpo docente, e, <strong>em</strong> especial, da<br />
professora regente <strong>em</strong> motivar e explorar o contato do aluno com a obra literária,<br />
ação que revela à expectativa da docente <strong>de</strong> que os alunos represent<strong>em</strong>, <strong>em</strong> sua<br />
recepção, certas fórmulas. Para ilustrar, resgate-se a cobrança da professora, que<br />
recomenda à aluna a disposição textual s<strong>em</strong>elhante à ostentada por Lobato (anexo<br />
D 3). A aluna <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> sua opção, argumentando racionalmente a sua visão, tanto no<br />
que diz respeito à forma quanto ao conteúdo, marcando seu posicionamento como<br />
sujeito do processo <strong>de</strong> leitura.<br />
Tal probl<strong>em</strong>a é vista por Orlandi (1999) como uma questão que<br />
reflete a formação <strong>de</strong> cada indivíduo, uma vez que cada ser é fruto das influências<br />
i<strong>de</strong>ológicas às quais está exposto e, <strong>de</strong>ssa formação, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> seu posicionamento<br />
perante o material <strong>de</strong> leitura. O grupo, formado por el<strong>em</strong>entos críticos, conseguiu,<br />
<strong>em</strong> sua maioria, ultrapassar as barreiras impostas pelo texto e inserir nele as marcas<br />
sociais, culturais e i<strong>de</strong>ológicas <strong>de</strong> que, enquanto leitor,é fruto.<br />
De acordo com a autora, a história <strong>de</strong> vida do ser humano influi na<br />
compreensão que faz do discurso, fato que se comprovou na realização do estudo.<br />
Mesmo <strong>em</strong> um grupo pequeno, como o observado, um único texto alcançou as mais<br />
distintas leituras, movimento que atesta, <strong>em</strong>piricamente, a singularização da<br />
interpretação do texto literário na situação real <strong>de</strong> leitura.<br />
A individualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada aluno também é verificável na diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> preferências. No entanto, ressalta-se a importância da materialida<strong>de</strong> nas opções,<br />
uma vez que as cores fortes apresentam maior índice <strong>de</strong> escolhas. Isso se<br />
comprova no alto índice <strong>de</strong> predileção pelos textos cuja moldura ostentava cores<br />
vibrantes como preta, vermelha, laranja e marrom, enquanto que a cor branca, <strong>de</strong><br />
tonalida<strong>de</strong> neutra, acarretou apenas uma escolha <strong>em</strong> duas das três fábulas que<br />
<strong>em</strong>oldurou.<br />
Também se questionou, por se tratar <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong> produção<br />
textual, os textos mais extensos seriam rejeitados. A esse respeito conclui-se que o<br />
conhecimento prévio do alunado influiu nesse quesito, uma vez que textos menos<br />
conhecidos, como O reformador do mundo, foram pouco escolhidos, ao contrário <strong>de</strong><br />
outros, que a ex<strong>em</strong>plo da fábula A menina do leite, alçou um dos maiores índices <strong>de</strong><br />
escolha.