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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem

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Para Benjamin, a tradução não afeta o texto original, senão para<br />

atribuir-lhe prestígio. Campos (1991), ao discutir os apontamentos <strong>de</strong> Benjamin<br />

sobre a tradução, atesta que, apesar da crítica feita pelo teórico, a tradução permite<br />

o reviver do texto original. Amorim (2005), discutindo conceitos <strong>de</strong> tradução e<br />

adaptação, <strong>de</strong>screve a tradução como uma ação dinâmica, na qual ocorre a<br />

interação entre a fonte e o texto traduzido, o que permite a interação entre os textos,<br />

uma vez que para o pesquisador o ato tradutório permite a reconstextualização da<br />

narrativa a partir da realida<strong>de</strong> na qual é percebida.<br />

Sendo a tradução um instrumento <strong>de</strong> acesso ao referencial literário<br />

<strong>de</strong> outras línguas, torna-se fundamental voltar o olhar para o sujeito <strong>de</strong>sse produto: o<br />

tradutor.<br />

Benjamin, <strong>em</strong> seu texto A Tarefa – Renúncia do Tradutor, <strong>de</strong>screve<br />

o tradutor como o responsável <strong>em</strong> liberar na língua materna a pura língua retratada<br />

na língua estrangeira, por meio do ato criativo. Assim, Benjamin <strong>de</strong>lega ao tradutor a<br />

libertação da língua <strong>de</strong> partida na <strong>de</strong> chegada.<br />

estrangeira e o leitor.<br />

Coulthard (1991) <strong>de</strong>screve o tradutor como a pessoa que tenta<br />

tornar acessível a um certo grupo <strong>de</strong> leitores interessados, um texto<br />

até então inacessível. Desta forma, o tradutor começa com o texto<br />

ou, mais literalmente, com a mensag<strong>em</strong> <strong>de</strong>rivada do texto (cuja<br />

exatidão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá, naturalmente, do grau <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> do<br />

tradutor <strong>em</strong> relação ao leitor i<strong>de</strong>al) e tenta re-escrevê-lo, ou melhor,<br />

re-textualizá-lo para um leitor i<strong>de</strong>al (COULTHARD, 1991, p. 3, grifo<br />

do autor)<br />

Desse modo, o tradutor é visto como o mediador entre a obra<br />

Para Steiner (1998 5 ), o papel do tradutor é retratado como uma<br />

prática difícil, mas necessária. Essa fala mostra a dificulda<strong>de</strong> do ato <strong>de</strong> traduzir, por<br />

não ter, claramente <strong>de</strong>finido, um caminho a ser seguido.<br />

Aubert (1993) discute a i<strong>de</strong>ologia do ato tradutório, que atinge<br />

também seu agente executor, sendo visto, segundo ele, como submetido a diversas<br />

servidões:<br />

5 A edição brasileira utilizada foi publicada <strong>em</strong> 2005.<br />

Escravo do texto e/ou do autor do original e atrelado às restrições<br />

impostas pelas diversida<strong>de</strong>s lingüísticas e culturais, o tradutor<br />

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