FUNDAÇÀO GETULIO VARGAS DE OLHO NA ETERNIDADE: a ...
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Disse-me JK, no primeiro encontro que tivemos: ‘você vai projetar o<br />
bairro mais bonito do mundo: uma igreja, um cassino, um clube e um<br />
restaurante, diante de uma grande represa. Mas eu preciso do projeto do cassino<br />
para amanhã’. […] E Brasília surgiu, praticamente uma continuação da obra da<br />
Pampulha. E lá fomos nós, convocados por JK, para aquele fim de mundo onde,<br />
com a colaboração eficiente de Israel Pinheiro, construiu a nova capital do nosso<br />
país. Foram três anos e meio de angústias e esperanças, de trabalho sol a sol,<br />
naquela solidão do cerrado onde um pouco de nós mesmos ficou, com certeza.<br />
Depois… depois vieram a ditadura, os imprevistos da vida, esse rir e chorar que<br />
o destino nos impõe. (MAYRINK, 2002, p.53)<br />
A inauguração, bastante pomposa, aconteceu a 21 de abril de 1960, data<br />
escolhida por JK, em homenagem à Inconfidência Mineira. Para dar mais glamour a<br />
esse feito, principalmente na inauguração, Juscelino convidou os dois mais famosos<br />
compositores da época para conceberem uma sinfonia para Brasília, contando a<br />
heróica marcha rumo ao oeste e ao futuro promissor do país: Vinicius de Moraes e<br />
Tom Jobim.<br />
Há quem diga que foram os anos dourados – imagem que busca traduzir a<br />
agitação política e a efervescência cultural dos anos 1950. Logo no início da década, o<br />
povo brasileiro se entretinha com o rádio e o cinema nacional. Com os investimentos<br />
financeiros nas indústrias de base, durante os governos Vargas e JK (1951-1961), foi<br />
possível ampliar o consumo dos bens duráveis, como carros e os eletrodomésticos,<br />
como geladeira, radiovitrolas e secadores de cabelos, além de se poder viajar no<br />
primeiro avião comercial do Brasil, o Caravelle (LUCCHESI, 2002, p.13).<br />
Em meio a esse otimismo, o cenário da cultura estava a franco vapor. Os jornais<br />
anunciavam o êxito da música popular brasileira. Num recorte de 1956, com título<br />
“As cem melhores músicas brasileiras de 1955”, da seção Disco-tocando 12 , está<br />
escrito:<br />
Aqui está a prova definitiva de que o ano de 1955 foi um dos melhores<br />
para a música popular brasileira. Reparem que apesar do número incrível de<br />
versões que apareceu, nossa música se distinguiu e vendeu muito bem. Isto<br />
12 Não foi possível identificar a revista que publicou o recorte.<br />
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