FUNDAÇÀO GETULIO VARGAS DE OLHO NA ETERNIDADE: a ...
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modo padronizado 18 . Por isso, a classificação precisa estar sempre integrada à<br />
descrição arquivística, a qual, hoje em dia, está muito relacionada às tecnologias da<br />
informação, como banco de dados. Porém, vale lembrar que esse é apenas um dos<br />
caminhos possíveis para indexar e dar acesso ao acervo.<br />
O diagnóstico, a indexação e as outras operações da fase de classificação<br />
servem para fundamentar a ordenação intelectual das informações contidas nos<br />
documentos. Obviamente, o conhecimento da teoria arquivística e de suas relações<br />
com as ciências administrativas, o Direito e a História, possibilita que os<br />
arquivistas/avaliadores tenham condições de tomar decisões mais acertadas sobre o<br />
assunto. Entretanto, os diálogos com aquelas ciências não devem ser considerados<br />
sem uma investigação profunda sobre o produtor/acumulador, os interesses dos<br />
pesquisadores aos quais se destinam o trabalho, e a política da instituição que o<br />
abriga. Essas são, portanto, variáveis anteriores à classificação e à descrição, mas não<br />
se esgotam nessa fase. Na verdade, essas relações interdisciplinares permeiam todas<br />
as etapas do ofício de arquivista.<br />
Vale ressaltar ainda que, mesmo que a etapa de classificação de documentos<br />
tenha aparatos técnicos precisos 19 para limitar a subjetividade do profissional, sempre<br />
haverá em outras etapas 20 a possibilidade de enfatizar um ou outro detalhe, exibir o<br />
discurso necessário para perpetuar os ideais de quem detém o “poder” de descrevêlos,<br />
e conferir maior ou menor grau de importância a dado documento (CHAGAS,<br />
2002, p.44). Assim é que, se podemos admitir a parcialidade do titular na constituição<br />
de seu arquivo, poderemos admitir a parcialidade do arquivista no seu arranjo. Esta<br />
parcialidade nada mais é do que pensar o arquivo como obra.<br />
2.4 O ACERVO <strong>DE</strong> TOM JOBIM<br />
Eu gosto muito do clima seco de Brasília.<br />
Vivo num clima molhado, que é o do Rio de Janeiro.<br />
Não se pode ter um arquivo, não se pode conservar nada, nem um piano.<br />
Tom Jobim (LOYOLA, 1988, p. 38)<br />
18<br />
Em acervos correntes e intermediários, a classificação, conjugada com a tabela de temporalidade,<br />
ajuda também a manter o controle sobre o volume de documentos produzidos.<br />
19 Sejam eles: tabela de temporalidade, thesaurus, modelo de arranjo ou outras ferramentas.<br />
20 Triagem, descrição ou definição das ferramentas de arquivo.<br />
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