FUNDAÇÀO GETULIO VARGAS DE OLHO NA ETERNIDADE: a ...
FUNDAÇÀO GETULIO VARGAS DE OLHO NA ETERNIDADE: a ...
FUNDAÇÀO GETULIO VARGAS DE OLHO NA ETERNIDADE: a ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O Ensaio poético também fez Tom produzir vários textos, inclusive escrever<br />
algumas de suas memórias, e todas estão no seu acervo: “Ipanema”, “Onça no pau é<br />
passarinho”, “Jereba é um urubu importante...”, “Bossa Nova”, “Manhattan”, “No<br />
tardio oligoceno” e o “Aqui tenho essa extrema liberdade...” (Acervo ACJ, Pi982) do<br />
qual segue um trecho: “Aqui tenho essa última extrema liberdade de andar pela rua,<br />
como um total ilustre desconhecido, um vago senhor numa velha camisa [...] A<br />
camisa fininha, de manga curta, quasi [sic.] meio rota, modelo antiquado, moderno<br />
obsoleto, de cores superadas”.<br />
Na tentativa de organizar seus pensamentos, Tom manteve cadernos de<br />
anotações, desde que começou a compor, para evitar perder algo importante. Talvez<br />
só para quem teve a oportunidade de observar a quantidade de papéis que sempre<br />
esteve sobre seu piano, seja possível imaginar quão necessária e útil foi essa decisão.<br />
Mas como a maioria das pessoas não teve tal experiência, há nessa foto de Ana Jobim,<br />
uma amostra da mistura de documentos sobre seu piano, sendo todos trabalhados ao<br />
mesmo tempo. Esses cadernos são, portanto, um tipo de documento muito especial,<br />
quer pelo uso que deles fazia o maestro, quer pelo que nos dizem sobre sua prática<br />
memorial.<br />
Figura 3: Foto da bagunça sobre o piano de Tom Jobim p64f05<br />
89