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FUNDAÇÀO GETULIO VARGAS DE OLHO NA ETERNIDADE: a ...

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os arquivos, por também pensar a obra arquivada — for deixado de lado, põe-se em<br />

risco aquilo em que se funda a própria Arquivologia: o seu método.<br />

Muitos planejadores de pesquisa confundem ciência com eficiência. Em<br />

nome desta última, as pesquisas são conduzidas em função da maior<br />

acessibilidade dos dados. Assim, independentemente de qualquer objetivo<br />

teórico, recai-se em vãos cruzamentos de opiniões com categorias de idade, sexo<br />

ou profissão. [...] Ora, o argumento da eficiência não permite nenhuma<br />

demarcação entre prática científica e simples prática administrativa.<br />

(THIOLLENT, 1982, p. 128)<br />

Assim é que o arquivista deve afastar-se de uma simples “lógica da eficiência”<br />

se quiser compreender e trabalhar com a lógica de acumulação que orientou a<br />

construção do arquivo sobre o qual está debruçado. Entender os objetivos da coleção<br />

produzida pelo titular, a função dos documentos e o mecanismo da acumulação é<br />

ponto primordial para a organização de todo arquivo privado por um profissional da<br />

área.<br />

Mais que organizar e administrar um arquivo, o arquivista preserva a memória,<br />

articulando, em sua atuação, passado, presente e futuro. No texto de José Maria<br />

Jardim, “A invenção da memória nos arquivos públicos”, o autor cita vários<br />

estudiosos que chamam a atenção para o tema. No discurso do XII Congresso<br />

Internacional de Arquivos, em 1992, disse Jean Favier: “somos arquivistas, não somos<br />

homens do passado. Nós temos a responsabilidade da memória comum dos homens e<br />

uma responsabilidade na construção do futuro”. Para Carol Couture: “o arquivista tem<br />

o mandato de definir o que constituirá a memória de uma instituição” e, para Maria<br />

João Pires de Lima: “um país sem arquivistas é um país sem arquivos; e um país sem<br />

arquivos é um país sem memória, sem cultura, sem direitos” (JARDIM, 1995, p. 4-5).<br />

Arquivista e titular do arquivo são, assim, em momentos distintos,<br />

responsáveis pela seleção dos documentos do acervo, pois se o titular seleciona o<br />

conjunto inteiro de seu arquivo, o arquivista, munido de método, aparatos técnicos e<br />

também intimistas, seleciona o conjunto-parte do arquivo que poderá ser exibido e<br />

acessado. Mas, a liberdade permitida e buscada na sociedade atual, também chega às<br />

práticas arquivísticas, ensejando mudanças até em documentos controlados pela<br />

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