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FUNDAÇÀO GETULIO VARGAS DE OLHO NA ETERNIDADE: a ...

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gaveta. Aí, aparecia aquele editor de charuto grande e aí você assinava aquele<br />

contrato que transferia seus direitos até para o sistema solar. Agora, estou<br />

tentando inclusive recuperar algumas dessas músicas. Mas isso existiu no<br />

tempo de Noel Rosa, Dorival Caymmi, Silvio Caldas, Ary Barroso; existiu no<br />

meu tempo, continua existindo. O Chico Buarque tem um bocado de músicas<br />

que deu para o editor. Caetano também, Gil também, Francis Hime… É uma<br />

coisa que vem de longe. (JOBIM in LOYOLA, 1988, p. 39)<br />

Seu primeiro professor foi Hans Joachim Köellreuter, um alemão que veio<br />

ao Brasil fugindo da Segunda Guerra. Tom era um aluno aplicado, mesmo que<br />

sempre dissesse à sua mãe que tomava as aulas apenas como uma distração. Com sua<br />

segunda professora, Lúcia Bravo, recebeu estímulos para compor. Sua vontade de se<br />

tornar concertista fez com que tivesse aulas de harmonia com outro professor, Paulo<br />

Silva 26 .<br />

Tom cursou pouco mais de um ano da Faculdade de Arquitetura da<br />

Universidade Federal do Rio de Janeiro e abandonou todos os empregos nessa área.<br />

Algumas pessoas lhe sugeriam ser “cantor, fazer cinema e eu só queria fazer música”<br />

(Acervo ACJ, E14). “Estava desesperado com aquela vida. Fui para Arquitetura,<br />

gostava muito de desenhar. Fiz o primeiro ano, mas depois aquilo tudo deixou de me<br />

interessar e eu me enfiei na música. Eu queria escrever para orquestra, achava muito<br />

bonito” 27 . No entanto, não pretendia ser maestro — pois não queria se mostrar no<br />

palco — e era assumidamente tímido, e como ele mesmo dizia, “era mais<br />

background”. Essa timidez também o impediu de dirigir, mesmo com a insistência de<br />

Vinicius de Moraes, a orquestra na peça Orfeu da Conceição. Convite que só foi<br />

aceito em três raras oportunidades, todas em estúdio: a primeira, em 1956, com sua<br />

“Sinfonia do Rio de Janeiro”, em parceria com Billy Blanco, para o LP homônimo,<br />

sendo este considerado seu primeiro LP na carreira; outra vez, em 1961, na gravação<br />

de “Brasília: sinfonia da Alvorada”, e a terceira, para o programa da Rádio Nacional,<br />

Quando os maestros se encontram, por força de Radamés Gnattalli, quando incluiu<br />

uma homenagem a seu pai, com a única execução de “Lenda”: “quem me deu o nome<br />

26<br />

Existe em seu arquivo um recorte para o concurso de pianista do Theatro Municipal do Rio de<br />

Janeiro, datado de 1952. (Acervo ACJ, Pim001)<br />

27<br />

Essa citação foi colhida num dos painéis biográficos da exposição Nas trilhas do Tom, realizada no<br />

Rio Design Barra, em 2002, para comemorar a inauguração do Instituto Antonio Carlos Jobim. Não foi<br />

possível localizar a fonte inicial.<br />

35

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