download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O JOGO DE ANDEBOL, POR ONDE COMEÇAR?<br />
António Cunha & António Paulo Queirós<br />
<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong> - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Neste trabalho preten<strong>de</strong>-se discutir a abor<strong>da</strong>gem ao Jogo <strong>de</strong><br />
An<strong>de</strong>bol <strong>de</strong>smistifican<strong>do</strong> algumas questões que se colocam no<br />
início <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem ao ensino <strong>do</strong> mesmo - Por on<strong>de</strong> começar?<br />
Como Começar? On<strong>de</strong> Começar? - procuran<strong>do</strong> enquadrá-lo<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s pressupostos que nós, enquanto professores e técnicos<br />
<strong>de</strong>sportivos <strong>de</strong> muitos praticantes, hoje, distintos elementos<br />
<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil e <strong>de</strong>sportiva, colocamos na formação<br />
<strong>do</strong>s mesmos, para além <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> no terreno na capacitação e<br />
integração <strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem.<br />
Por on<strong>de</strong> começar? Que questão mais pertinente à qual, muita<br />
gente, procura resposta sen<strong>do</strong>, na maior parte <strong>da</strong>s vezes, a<br />
forma <strong>do</strong> passe e recepção como forma inicial <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem <strong>do</strong><br />
An<strong>de</strong>bol, no entanto, primeiro que tu<strong>do</strong> temos <strong>de</strong> conhecer<br />
quais são realmente os elementos importantes <strong>do</strong> jogo e, os<br />
necessários para os integrar numa perspectiva <strong>de</strong> ensino/aprendizagem.<br />
Como Começar? A abor<strong>da</strong>gem ao An<strong>de</strong>bol <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a um<br />
conjunto <strong>de</strong> preocupações que regulem a forma como se irá<br />
<strong>de</strong>senrolar o Jogo, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong>, por exemplo, alterações<br />
quanto ao número <strong>de</strong> joga<strong>do</strong>res, o tamanho <strong>do</strong> campo e <strong>da</strong> bola<br />
e a utilização <strong>de</strong> regras simplifica<strong>da</strong>s que consigam transmitir a<br />
essência <strong>do</strong> jogo com uma prática <strong>de</strong>sportiva agradável e motiva<strong>do</strong>ra.<br />
On<strong>de</strong> começar? São inúmeros os locais que permitem um inicio<br />
à prática <strong>do</strong> Jogo <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol. A Escola e os Clubes<br />
Desportivos, elementos forma<strong>do</strong>res por excelência e <strong>de</strong> inegável<br />
valor na formação social, cultural e <strong>de</strong>sportiva, entre outros,<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> população portuguesa, apresentam-se como<br />
os locais i<strong>de</strong>ais para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> primeiro contacto<br />
com o Jogo <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol, mas necessitam <strong>de</strong> revitalização e <strong>de</strong><br />
novos enquadramentos estruturais para um bom <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
CARACTERIZAÇÃO DA EFICÁCIA DO ATAQUE EM FUNÇÃO DA ZONA<br />
DE DISTRIBUIÇÃO E DO JOGADOR ATACANTE<br />
António Guerra & Isabel Mesquita<br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> – <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong><br />
O objectivo <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> consistiu em caracterizar à eficácia<br />
<strong>do</strong> ataque em função <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> distribuição e <strong>do</strong> joga<strong>do</strong>r<br />
atacante em equipas <strong>de</strong> elite <strong>de</strong> Voleibol masculino. A amostra<br />
foi composta por 147 acções <strong>de</strong> ataque, relativas a um jogo disputa<strong>do</strong><br />
entre a Itália e Rússia no Final <strong>do</strong> Campeonato <strong>da</strong><br />
Europa 2005. A recolha <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> gravação<br />
em sistema audiovisual, sen<strong>do</strong> posteriormente digitaliza<strong>da</strong>s<br />
as imagens para se controlar o rigor <strong>da</strong> observação. As variáveis<br />
em análise foram a eficácia <strong>do</strong> ataque (Data Volley System,<br />
FPV, 2003), zona <strong>de</strong> distribuição e joga<strong>do</strong>r atacante. Os procedimentos<br />
estatísticos utiliza<strong>do</strong>s foram <strong>de</strong>scritivos (percentagens<br />
e frequências) e inferenciais (teste <strong>do</strong> qui-quadra<strong>do</strong> para a<br />
associação entre as variáveis). Para o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> fiabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
foram analisa<strong>da</strong>s 30% <strong>da</strong>s acções, valores substancialmente<br />
superiores aos <strong>de</strong> referência (10%), aponta<strong>do</strong>s pela literatura<br />
Comunicações<br />
(Tabachnick e Fi<strong>de</strong>ll, 1989). A fiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> intra-observa<strong>do</strong>r e<br />
inter-observa<strong>do</strong>r mostrou percentagens <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> entre 95,8%<br />
para a variável zona <strong>de</strong> distribuição e 100% na variável joga<strong>do</strong>r<br />
atacante.<br />
Dos principais resulta<strong>do</strong>s salienta-se que as duas equipas em<br />
estu<strong>do</strong> revelam uma eficácia <strong>do</strong> ataque eleva<strong>da</strong> já que 47,3% <strong>do</strong>s<br />
ataques resultaram em ponto e 16,4% criaram gran<strong>de</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> organização ofensiva ao adversário. Salienta-se a existência<br />
<strong>de</strong> 15% <strong>de</strong> erro, o que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser espera<strong>do</strong>, por serem<br />
equipas <strong>de</strong> elite, nas quais se arrisca, substancialmente, ao<br />
nível <strong>do</strong> ataque. Relativamente à zona <strong>de</strong> distribuição, 28,6 <strong>do</strong>s<br />
passes foram realiza<strong>do</strong>s na zona <strong>de</strong> excelência, 14,3% na zona<br />
intermédia e 57,1% no resto <strong>do</strong> campo zona restante <strong>do</strong> campo. Ao<br />
nível <strong>do</strong>s atacantes, verifica-se que o oposto é o mais utiliza<strong>do</strong><br />
(32,7%) segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> atacante <strong>de</strong> ponta posiciona<strong>do</strong> na formação<br />
junto ao distribui<strong>do</strong>r (25,9%); os restantes atacantes são solicita<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> uma forma equitativa pelo distribui<strong>do</strong>r (entre 14,3% e<br />
12,2%). A zona <strong>de</strong> distribuição não se associou significativamente<br />
com a eficácia <strong>do</strong> ataque (! 2 =5,789, "=0,833) o que<br />
mostra que a Itália e a Rússia, no jogo observa<strong>do</strong>, atacaram<br />
com eficácia, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente, <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o passe <strong>de</strong><br />
ataque foi realiza<strong>do</strong>. Do mesmo mo<strong>do</strong>, a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> eficácia<br />
<strong>do</strong> ataque variar não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u <strong>do</strong> joga<strong>do</strong>r atacante (! 2<br />
=0,442, "=0,664), sugerin<strong>do</strong> que neste nível <strong>de</strong> jogo, to<strong>do</strong>s os<br />
atacantes obtém rendimento semelhante ao nível <strong>do</strong> ataque.<br />
A PREDIÇÃO DO RESULTADO FINAL DO JOGO DE BASQUETEBOL:<br />
ENTRE A SIMPLICIDADE DE UM TEMPO E UM RESULTADO<br />
António Paulo Ferreira & Hermínio Barreto<br />
<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Motrici<strong>da</strong><strong>de</strong> Humana - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> Lisboa<br />
A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> preditores que antecipem o que só o final <strong>do</strong><br />
jogo clarifica, tem entusiasma<strong>do</strong> a concepção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los estocásticos<br />
que procuram consi<strong>de</strong>rar a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> jogo.<br />
Porém, as formas mais simplifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> predição são por diversas<br />
vezes esqueci<strong>da</strong>s pela literatura <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, nomea<strong>da</strong>mente<br />
no basquetebol. O objectivo <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> é caminhar por<br />
esta segun<strong>da</strong> via: perceber como ca<strong>da</strong> categoria <strong>de</strong> jogos se comporta<br />
perante a utilização <strong>da</strong> diferença pontual intermédia como<br />
preditora <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> final <strong>do</strong>s jogos. Do ponto <strong>de</strong> vista meto<strong>do</strong>lógico,<br />
este estu<strong>do</strong> foi dividi<strong>do</strong> por duas etapas: uma primeira<br />
etapa em que se <strong>de</strong>terminaram as rectas que melhor ajustamento<br />
preditivo expressavam aos 25, 30 e 35 minutos <strong>de</strong> jogo; uma<br />
segun<strong>da</strong> etapa que constou <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> à a<strong>de</strong>quação preditiva<br />
<strong>da</strong>s equações concebi<strong>da</strong>s. Uma amostra inicial <strong>de</strong> 350 jogos foi<br />
previamente dividi<strong>da</strong> em duas sub-amostras: uma sub-amostra<br />
<strong>de</strong>signa<strong>da</strong> <strong>de</strong> p re d i ç ã o, utiliza<strong>da</strong> na primeira etapa e uma subamostra<br />
<strong>de</strong> t e s t e, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> ao estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> a<strong>de</strong>quação preditiva.<br />
Ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s duas sub-amostras foi constituí<strong>da</strong> por um número<br />
idêntico <strong>de</strong> casos (175 jogos) on<strong>de</strong> a presença <strong>de</strong> jogos pre<strong>do</strong>minantemente<br />
equilibra<strong>do</strong>s (JPE) e jogos pre<strong>do</strong>minantemente<br />
<strong>de</strong>sequilibra<strong>do</strong>s (JPD) se encontrou equidistribuí<strong>da</strong>. A diferenciação<br />
entre os JPE e JPD foi situa<strong>da</strong> nos 10 pontos.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s permitiram ir ao encontro <strong>de</strong> três referências<br />
conclusivas:<br />
1 — o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> predição <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> aos 35 minutos foi<br />
aquele que produziu um melhor ajustamento estatístico à relação<br />
entre as variáveis (diferença pontual intermédia e resulta<strong>do</strong><br />
final).<br />
Rev Port Cien Desp 7(Supl.1) 21–84<br />
21