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Comunicações
por diversos autores (Kupfer, 1988; Boxill, 1988; Constantino,
1990; Moderno, 1998; Lacerda, 2002), que partilham a opinião
de que a articulação entre confrontação e cooperação amplifica
as possibilidades estéticas destes desportos, aproximando-os
da arte dramática. A Estética dos Jogos Desportivos manifestase
na inter-acção entre colaboradores e opositores, na constante
adaptação, readaptação e combinação de movimentações, na
luta para vencer as dificuldades colocadas pelo adversário, nas
estratégias de parceria e cumplicidade com os companheiros,
na experiência de superação das limitações próprias e das
adversidades do jogo. Neste domínio, as categorias estéticas
criatividade e estilo contribuem para um melhor entendimento
do valor estético das modalidades colectivas. A criatividade e o
estilo nos Jogos Desportivos viabilizam, em certa medida, a
aspiração do ser humano à eternidade: à margem da vitória ou
da derrota há jogadas, passes, lances, produzidos e realizados
de forma única por alguns Magics dos Jogos Desportivos, que
escrevem a História do Desporto, extraindo o eterno do provisório
e inserindo o efémero no histórico (como tão bem dizia
Baudelaire).
ANÁLISE DAS ACÇÕES DEFENSIVAS EM EQUIPAS DE BASQUETE-
BOL SÉNIOR MASCULINO
Vítor Farinha & Fernando Tavares
Faculdade de Desporto - Universidade do Porto
A frase, “o ataque ganha jogos, mas a defesa ganha campeonatos”,
utilizada regularmente por vários treinadores, pode significar
que ao nível da alta competição, a defesa tem uma importância
decisiva e assume-se como fundamental na conquista de
bons resultados. Neste contexto, é objectivo do presente estudo
descrever, analisar e comparar as sequências de jogo de basquetebol
relativas às acções defensivas em função das acções
técnico-tácticas utilizadas, da sua duração, tipo de organização
defensiva, sua forma e local de recuperação da posse de bola.
A amostra foi constituída por 6 equipas do Campeonato
Nacional Seniores Masculino da Proliga, época 2002/2003, que
formaram dois grupos em função da classificação na época
regular (G1 – nos 4 primeiros lugares; G2 – nos 4 últimos lugares).
Para a avaliação das acções defensivas na defesa em sistema
e das sequências defensivas, elaboramos três grelhas para o
registo das diversas categorias em análise. Calculamos as medidas
descritivas mais importantes (média, desvio padrão e percentagens)
para descrever os grupos relativamente às diferentes
variáveis observadas. Recorremos ao t-teste de proporções
independentes para comparar os dois grupos em estudo. O
nível de significância foi mantido em 5%. Quanto aos principais
resultados verificamos que (1) o G1 realizou um maior
número de sequências defensivas em superioridade numérica,
enquanto o G2 o fez em maior percentagem em situação de
inferioridade numérica, sendo neste caso as diferenças estatisticamente
significativas relativamente ao G1; (2) o G1 apresenta
superioridade no êxito das sequências defensivas. Em relação
às sequências defensivas sem êxito o G2 apresenta valores
superiores, sendo as diferenças estatisticamente significativas
relativamente ao G1; (3) o G2 apresenta valores superiores ao
G1 nas sequências defensivas de menor duração sendo as diferenças
estatisticamente significativas no período de 0”-5”; (4) a
fase da defesa predominante em ambos os grupos é a defesa
Rev Port Cien Desp 7(Supl.1) 21–84
em sistema; (5) o sistema defensivo predominante em ambos
os grupos foi o homem-a-homem (G1 92,0%; G2 96,6%),
enquanto na defesa à zona foi a 2:3; (6) ambos os grupos utilizaram
predominantemente nas sequências defensivas uma
organização do tipo de defesa passiva (G1 79%; G2 79,6%); (7)
a zona 9 foi onde ocorreram mais recuperações de bola (G1
38,7%; G2 35%).
O conjunto de resultados obtidos, permite-nos concluir que
existe um conjunto de indicadores técnico-tácticos que distinguem
o rendimento das equipas de melhor nível competitivo
das outras. Esses elementos podem ser considerados como
referência para o Treinador no processo de preparação das equipas
que têm como objectivo atingir o mais elevado nível de
rendimento.
O DIRECTOR DESPORTIVO NAS ORGANIZAÇÕES DO FUTEBOL
EM PORTUGAL
Victor Maçãs
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Actualmente, o futebol implica jogo e negócio. O director desportivo
(DD) deve estar apto a equacionar e gerir a complexidade
destes dois universos nas organizações do futebol (OF)
profissional e não profissional. Daí a importância estratégica
deste activo na direcção executiva: o seu capital humano será
fulcral na competitividade e desenvolvimento sustentável das
OF, no futuro. Assim, o objectivo principal deste estudo foi a
caracterização da actividade dos DD nas OF profissional e não
profissional, em Portugal, nomeadamente através da caracterização
das OF, da identificação do perfil e da natureza das actividades
de gestão, desenvolvidas pelos DD, numa visão dinâmica
e prospectiva da sua intervenção profissional na era do conhecimento.
Concebemos um modelo de análise para responder aos
problemas e objectivos do estudo. A amostra utilizada incidiu
em 69 OF em Portugal (21 da I Liga; 18 da Liga de Honra; 30
da 2ª Divisão B), sendo possível retirar informação relativa a
124 DD (68 do futebol profissional e 56 do futebol não profissional;
63 DD de topo e 61 DD intermédios). A recolha dos
dados foi realizada através da aplicação das técnicas: análise
documental, entrevistas e questionário. O questionário relativo
à percepção da importância, tempo gasto e distribuição da responsabilidade,
nas diferentes actividades de gestão dos DD, foi
adaptado e desenvolvido, a partir do questionário de Danylchuk
e Chelladurai (1999). O tratamento dos dados foi possível através
do seu registo e codificação para o software SPSS, para posterior
aplicação dos procedimentos estatísticos, com base na
análise estatística descritiva (distribuição de frequências, medidas
de tendência central e de dispersão) inferencial (testes de
Mann-Whitney e Kuskal-Wallis) e análise de conteúdo. Através
dos resultados do estudo é possível caracterizar as OF em
Portugal (dados gerais, recursos humanos e materiais), o perfil
dos DD em cargos executivos (DD de topo e intermédios; futebol
profissional e não profissional) e a percepção dos DD
(importância, tempo gasto e distribuição de responsabilidade),
relativa às actividades de gestão desenvolvidas nas OF. A gestão
financeira, desenvolvimento de receitas, liderança, assuntos dos
jogadores e definir staff foram percepcionadas como as actividades
mais importantes, em oposição às actividades de rotina,
ligação, recolha e disseminação de informação. Verificámos