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26<br />

Comunicações<br />

função <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> no placar, cabe apontar um incremento <strong>da</strong>s<br />

condutas <strong>de</strong> reforço positivo proporcionais à vantagem no marca<strong>do</strong>r<br />

similar a <strong>de</strong> Outras Condutas <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> Acerto<br />

(O.C.A.); enquanto que as condutas <strong>de</strong> Não Reforço (N.C.) se<br />

reduzem nos momentos <strong>de</strong> maior igual<strong>da</strong><strong>de</strong> e aumentam nos<br />

momentos em que vão atrás no marca<strong>do</strong>r.<br />

FUTEBOL DE RUA, UM FENÓMENO EM VIAS DE EXTINÇÃO?<br />

CONTRIBUTOS E IMPLICAÇÕES PARA A APRENDIZAGEM DO JOGO<br />

Hél<strong>de</strong>r Fonseca & Júlio Garganta<br />

<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong> – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Longe vão os tempos em que as crianças, através <strong>do</strong> <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong><br />

Futebol <strong>de</strong> rua, iniciavam <strong>de</strong> forma espontânea e, portanto,<br />

sem qualquer supervisão <strong>do</strong>s adultos, a aprendizagem <strong>do</strong><br />

Futebol. Por isso, o <strong>de</strong>saparecimento <strong>do</strong> Futebol <strong>de</strong> rua tem si<strong>do</strong><br />

referi<strong>do</strong> por muitos como uma <strong>da</strong>s principais razões que,<br />

actualmente, aju<strong>da</strong>m a explicar a menor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> individual<br />

<strong>do</strong>s joga<strong>do</strong>res e <strong>do</strong> jogo <strong>de</strong> Futebol. Outra <strong>da</strong>s causas avança<strong>da</strong>s<br />

para as consequências negativas na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> individual <strong>do</strong>s<br />

joga<strong>do</strong>res e na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> colectiva <strong>da</strong>s equipas, tem si<strong>do</strong> a<br />

<strong>de</strong>sajusta<strong>da</strong> noção <strong>de</strong> organização <strong>do</strong> jogo. Face à extinção que<br />

se vaticina, torna-se pertinente caracterizar e “importar” a<br />

matriz <strong>do</strong> Futebol <strong>de</strong> rua para os Clubes e Escolas <strong>de</strong> Futebol,<br />

com o intuito <strong>de</strong> “revitalizar” tal reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e assim maximizar<br />

os efeitos <strong>da</strong> aprendizagem, <strong>do</strong> treino e <strong>da</strong> competição.<br />

No presente estu<strong>do</strong>, foi selecciona<strong>da</strong>, sistematiza<strong>da</strong> e discuti<strong>da</strong><br />

informação relativa ao fenómeno Futebol <strong>de</strong> rua e respectivas<br />

implicações na formação <strong>de</strong> joga<strong>do</strong>res, procuran<strong>do</strong>-se respon<strong>de</strong>r<br />

aos seguintes objectivos: (1) i<strong>de</strong>ntificar e caracterizar as<br />

particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> Futebol <strong>de</strong> rua; (2) elencar as razões aponta<strong>da</strong>s<br />

na bibliografia a propósito <strong>da</strong> pertinência <strong>da</strong> prática <strong>do</strong><br />

Futebol <strong>de</strong> rua; (3) Perfilar as consequências que o <strong>de</strong>saparecimento<br />

<strong>do</strong> Futebol <strong>de</strong> rua po<strong>de</strong>rá ter na justificação <strong>da</strong> eventual<br />

menor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s joga<strong>do</strong>res e <strong>do</strong> jogo <strong>de</strong> Futebol; (4) in<strong>da</strong>gar<br />

se o Futebol <strong>de</strong> rua é um <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r comum aos joga<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> Elite e saber qual a percepção que estes manifestam acerca<br />

<strong>da</strong> respectiva importância para a sua formação; (5) referir as<br />

implicações para o processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem <strong>do</strong> jogo<br />

que <strong>de</strong>rivam <strong>da</strong>s particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> Futebol <strong>de</strong> rua; (6) cruzar a<br />

informação recolhi<strong>da</strong> e sistematiza<strong>da</strong>, com o entendimento <strong>do</strong>s<br />

peritos (joga<strong>do</strong>res, treina<strong>do</strong>res e académicos).<br />

Para o efeito, além <strong>de</strong> uma exaustiva pesquisa bibliográfica e<br />

<strong>do</strong>cumental, recorreu-se à realização <strong>de</strong> várias entrevistas a<br />

joga<strong>do</strong>res, ex-joga<strong>do</strong>res, treina<strong>do</strong>res e académicos que partilham<br />

preocupações relaciona<strong>da</strong>s com o tema em apreço.<br />

Do cruzamento <strong>da</strong> informação entre a revisão bibliográfica e as<br />

entrevistas foi possível retirar as seguintes ilações: a) o Futebol<br />

<strong>de</strong> rua e o posterior processo <strong>de</strong> treino, ain<strong>da</strong> que em perío<strong>do</strong>s<br />

diferentes são ti<strong>do</strong>s como igualmente importantes na formação<br />

<strong>de</strong> joga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Elite; b) o Futebol <strong>de</strong> rua foi uma prática vivencia<strong>da</strong><br />

pela maioria <strong>do</strong>s joga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Elite; c) não existe um<br />

Futebol <strong>de</strong> rua, mas vários “Futebóis”, cujo <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r comum<br />

é o Jogo; d) o Futebol <strong>de</strong> rua é uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> que se consubstancia<br />

em condições muito particulares, as quais são importantes<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para jogar e na potenciação<br />

<strong>da</strong> aprendizagem, a saber: o envolvimento prematuro<br />

com a bola e o(s) jogo(s), a eleva<strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> horas <strong>de</strong>ssa<br />

prática (jogo) acumula<strong>da</strong>, o prazer e a paixão alimenta<strong>do</strong>s pelo<br />

Rev Port Cien Desp 7(Supl.1) 21–84<br />

jogo, a presença constante <strong>da</strong> auto e heterocompetição, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

exploração, criação e construção <strong>do</strong> jogo, sob condições<br />

<strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e instabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: Futebol De Rua, Jogo, Aprendizagem, Treino,<br />

Prática Delibera<strong>da</strong><br />

CONCEPÇÕES DOS TREINADORES ACERCA DA DINÂMICA DE JOGO<br />

OFENSIVO NO ANDEBOL - ESTUDO REALIZADO NA LIGA PROFIS-<br />

SIONAL DE ANDEBOL PORTUGUÊS<br />

Bruno Freitas, António Cunha & Isabel Mesquita<br />

<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong> – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

O presente trabalho preten<strong>de</strong>u i<strong>de</strong>ntificar as concepções <strong>do</strong>s<br />

treina<strong>do</strong>res portugueses <strong>da</strong> Liga Profissional acerca <strong>da</strong> dinâmica<br />

<strong>de</strong> jogo ofensivo no An<strong>de</strong>bol com base em <strong>do</strong>is meios tácticos,<br />

as progressões sucessivas e os cruzamentos. Deste mo<strong>do</strong>, procuramos<br />

perceber as concepções <strong>do</strong>s treina<strong>do</strong>res acerca <strong>do</strong> funcionamento<br />

e inteligibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s meios tácticos empregues no<br />

processo ofensivo a partir <strong>do</strong>s seus pressupostos configura<strong>do</strong>res:<br />

o espaço, a comunicação e a técnica. A amostra <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong><br />

foi constituí<strong>da</strong> pelos 10 treina<strong>do</strong>res principais <strong>da</strong>s equipas<br />

que disputaram o Campeonato <strong>da</strong> Liga Profissional <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol<br />

na época 2003/2004. O estu<strong>do</strong> foi <strong>de</strong> natureza qualitativa,<br />

ten<strong>do</strong> integra<strong>do</strong> <strong>do</strong>is protocolos <strong>de</strong> entrevista: o primeiro consistiu<br />

na aplicação <strong>de</strong> uma entrevista semi-estrutura<strong>da</strong> e <strong>de</strong> resposta<br />

aberta sobre a dinâmica <strong>de</strong> jogo ofensivo no An<strong>de</strong>bol e o<br />

segun<strong>do</strong> centrou-se numa entrevista suporta<strong>da</strong> pelo visionamento<br />

e análise <strong>de</strong> imagens previamente selecciona<strong>da</strong>s (relativas<br />

ao Campeonato <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol 2004, realiza<strong>do</strong> na<br />

Eslovénia). Para a construção <strong>da</strong>s entrevistas foram verifica<strong>do</strong>s<br />

os pressupostos <strong>de</strong> vali<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> construção (através <strong>da</strong> revisão<br />

<strong>da</strong> literatura) e <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> (méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> peritagem). Proce<strong>de</strong>use<br />

à análise <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>da</strong>s entrevistas, utilizan<strong>do</strong> uma abor<strong>da</strong>gem<br />

lógico-semântica, suporta<strong>da</strong> pela literatura <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

que levou à produção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> categorização<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> à posteriori. Proce<strong>de</strong>u-se ao controlo <strong>de</strong> fiabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

inter-codifica<strong>do</strong>r, por acor<strong>do</strong> entre especialistas, numa estratégia<br />

<strong>de</strong> discussão e <strong>de</strong>cisão consensual. O presente estu<strong>do</strong> mostrou<br />

que to<strong>do</strong>s os treina<strong>do</strong>res consi<strong>de</strong>ram que a análise táctica<br />

requeri<strong>da</strong>, tanto nas progressões sucessivas como no cruzamento,<br />

se centra na interpretação espacial (observação <strong>do</strong>s<br />

espaços livres), constituin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>smarcação a regra <strong>de</strong> acção<br />

que concretiza o princípio prece<strong>de</strong>nte. Se na progressão sucessiva<br />

esta lógica <strong>de</strong> funcionamento é referi<strong>da</strong> pela totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

treina<strong>do</strong>res, no cruzamento apenas <strong>do</strong>is treina<strong>do</strong>res assim não<br />

a enten<strong>de</strong>m, salientan<strong>do</strong> que mais importante <strong>do</strong> que a análise<br />

espacial é a observação <strong>do</strong> comportamento adversário.<br />

Contu<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os <strong>de</strong>z treina<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s,<br />

ambas as acções realizam-se <strong>de</strong> forma natural e sem recorrer a<br />

qualquer outro tipo <strong>de</strong> comunicação, que não seja a comunicação<br />

motora proce<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> interpretação <strong>do</strong>s espaços (comunicação<br />

motora espacial). Meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s refere, ain<strong>da</strong>,<br />

que a comunicação <strong>de</strong>ve também consi<strong>de</strong>rar as alterações contextuais<br />

provoca<strong>da</strong>s pelo joga<strong>do</strong>r porta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> bola. A totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s treina<strong>do</strong>res realça a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se contextualizar a execução<br />

técnica à situação momentânea (técnica situacional),<br />

haven<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, cinco entrevista<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>staca a importância<br />

<strong>da</strong> correcta execução biomecânica (fun<strong>da</strong>mento técnico) no

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