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32<br />

Comunicações<br />

APTIDÃO MOTORA DE FUTEBOLISTAS DO SEXO FEMININO<br />

Domingos Silva & José Augusto Santos<br />

<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong> - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

O futebol é uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva <strong>de</strong> natureza multidimensional,<br />

fortemente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s factores táctico-técnicos.<br />

To<strong>da</strong>via, a expressão <strong>de</strong>sses factores só po<strong>de</strong>rá manifestarse<br />

na sua plenitu<strong>de</strong> se estiver presente um alicerce <strong>de</strong> aptidão<br />

motora suficientemente <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> capaz <strong>de</strong> possibilitar a<br />

maximização <strong>do</strong>s gestos técnicos e tácticos.<br />

A avaliação <strong>da</strong> aptidão motora em futebolistas, particularmente<br />

<strong>do</strong> género feminino, não tem mereci<strong>do</strong> o <strong>de</strong>staque que se<br />

impõe àquela que é a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva mais representativa<br />

<strong>do</strong> nosso País. Torna-se importante este conhecimento, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> a ser possível traçar um rigoroso planeamento e prescrição<br />

<strong>do</strong> treino a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s individuais e <strong>do</strong> grupo.<br />

Para tal, existem méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> terreno e laboratoriais. Não obstante<br />

a menor precisão, os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> terreno são os mais utiliza<strong>do</strong>s<br />

na avaliação <strong>da</strong> aptidão física <strong>de</strong> futebolistas. Associa<strong>do</strong><br />

a este facto estão inevitavelmente a rapi<strong>de</strong>z, a economia, os<br />

meios materiais acessíveis, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar muitos<br />

indivíduos ao mesmo tempo, os recursos humanos e o facto <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>rem avaliar os atletas em múltiplas componentes <strong>da</strong> aptidão<br />

motora. O treino para incremento <strong>da</strong> aptidão motora <strong>do</strong><br />

futebolista <strong>de</strong>ve ser dividi<strong>do</strong> em quatro categorias (AAF, 2002):<br />

a) condição física geral (aptidão cardiorespiratória), b) condição<br />

física específica (aptidão anaeróbia), c) treino <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

e d) treino <strong>de</strong> força e potência muscular.<br />

Com este estu<strong>do</strong> preten<strong>de</strong>mos avaliar a aptidão motora <strong>de</strong> futebolistas<br />

<strong>do</strong> sexo feminino e comparar com um grupo <strong>de</strong> sujeitos<br />

não-<strong>de</strong>sportistas <strong>do</strong> mesmo género e com as mesmas características<br />

etárias.<br />

A amostra é forma<strong>da</strong> por 48 sujeitos <strong>do</strong> sexo feminino, <strong>do</strong>s<br />

quais 21 são futebolistas e 27 são não-<strong>de</strong>sportistas, <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

compreendi<strong>da</strong>s entre os 14 e os 17 anos. Em relação à prática<br />

<strong>de</strong>sportiva, as futebolistas representam, na sua maior parte<br />

(76%), um clube a disputar o campeonato nacional <strong>da</strong> 1ª divisão,<br />

apresentam as seguintes características: a) tempo <strong>de</strong> prática:<br />

2,0 ±1,7 anos, b) nº treinos/semana: 3,0 ±0,8, c) duração<br />

<strong>do</strong> treino: 110 ±13,1 minutos.<br />

A avaliação <strong>da</strong> aptidão motora foi efectua<strong>da</strong> pela bateria FAC-<br />

DEX a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> (Marques et al., 1991), ou seja, não foi realiza<strong>da</strong><br />

a prova <strong>de</strong> lançamento <strong>da</strong> bola <strong>de</strong> hóquei e foi realiza<strong>da</strong> a prova<br />

<strong>de</strong> suspensão estática na barra-fixa. A participação foi voluntária<br />

no estrito respeito pelas directrizes <strong>do</strong> ACSM (1989).<br />

Os procedimentos estatísticos utiliza<strong>do</strong>s foram: a) caracterização<br />

<strong>da</strong> amostra: média (#), <strong>de</strong>svio-padrão (DP), valores mínimo<br />

(Mín) e máximo (Max) e erro <strong>de</strong> estimativa amostral (SEM), b)<br />

avaliação <strong>da</strong> normali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s distribuições: teste <strong>de</strong> Shapiro-<br />

Wilk, c) comparação inter-grupos: teste t <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

(p), para variáveis com distribuição normal, ou teste U<br />

Mann-Whitney (p), sempre que pelo menos um <strong>do</strong>s grupos<br />

apresentou distribuição não-normal, d) o nível <strong>de</strong> significância<br />

estatístico foi manti<strong>do</strong> em 5% (p!0,05). To<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s foram<br />

analisa<strong>do</strong>s no SPSS 14.0.<br />

Os principais resulta<strong>do</strong>s apontam, por um la<strong>do</strong>, para a inexistência<br />

<strong>de</strong> diferenças significativas entre as futebolistas e as não<strong>de</strong>sportistas<br />

ao nível <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> agili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> força<br />

máxima <strong>de</strong> preensão manual, e por outro, para a existência <strong>de</strong><br />

diferenças estatisticamente significativas em relação à veloci<strong>da</strong>-<br />

Rev Port Cien Desp 7(Supl.1) 21–84<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento, força explosiva <strong>do</strong>s membros superiores e<br />

inferiores, força estática <strong>do</strong>s membros superiores, força ab<strong>do</strong>minal<br />

e resistência cardiorespiratória.<br />

A prática <strong>de</strong> futebol em raparigas promove melhorias significativas<br />

nas componentes força, veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e resistência aeróbia.<br />

Os baixos índices <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser corrigi<strong>do</strong>s, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> a evitar o surgimento <strong>de</strong> lesões mio-articulares durante a<br />

prática <strong>de</strong>sportiva, no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> movimentos<br />

articulares <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>; a agili<strong>da</strong><strong>de</strong>, associa<strong>da</strong> a<br />

mu<strong>da</strong>nças rápi<strong>da</strong>s e explosivas <strong>de</strong> direcção, é uma componente<br />

motora essencial <strong>do</strong> jogo, <strong>da</strong>í a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enfatizar, também,<br />

esta capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> física no treino <strong>da</strong>s futebolistas.<br />

COMPOSIÇÃO CORPORAL DE FUTEBOLISTAS, ADOLESCENTES,<br />

DO SEXO FEMININO<br />

Domingos Silva & José Augusto Santos<br />

<strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong> - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

No estabelecimento <strong>de</strong> programas específicos <strong>de</strong> treino, a par<br />

<strong>da</strong> função motora, é necessário conhecer a composição morfológica<br />

<strong>do</strong> atleta, saben<strong>do</strong>-se que no caso <strong>do</strong> futebol, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

excessivas <strong>de</strong> adiposi<strong>da</strong><strong>de</strong> prejudicam a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento<br />

corporal.<br />

Com este estu<strong>do</strong> preten<strong>de</strong>mos avaliar a composição corporal <strong>de</strong><br />

futebolistas, a<strong>do</strong>lescentes, <strong>do</strong> sexo feminino e comparar com<br />

um grupo <strong>de</strong> sujeitos não-<strong>de</strong>sportistas <strong>do</strong> mesmo género e <strong>da</strong><br />

mesma i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A amostra é forma<strong>da</strong> por 48 sujeitos <strong>do</strong> sexo feminino, <strong>do</strong>s<br />

quais 21 são futebolistas e 27 são não-<strong>de</strong>sportistas, <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

compreendi<strong>da</strong>s entre os 14 e os 17 anos. Em relação à prática<br />

<strong>de</strong>sportiva, as futebolistas representam, na sua maior parte<br />

(76%), um clube a disputar o campeonato nacional <strong>da</strong> 1ª divisão,<br />

apresentam as seguintes características: a) tempo <strong>de</strong> prática:<br />

2,0 ±1,7 anos, b) nº treinos/semana: 3,0 ±0,8, c) duração<br />

<strong>do</strong> treino: 110 ±13,1 minutos.<br />

A composição corporal foi estima<strong>da</strong> pelo méto<strong>do</strong> <strong>da</strong>s pregas <strong>de</strong><br />

adiposi<strong>da</strong><strong>de</strong> subcutânea, ten<strong>do</strong>-se avalia<strong>do</strong> as pregas bicipital,<br />

tricipital, subescapular, suprailíaca, ab<strong>do</strong>minal, crural e geminal.<br />

Foram calcula<strong>da</strong>s a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> corporal e as quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

massa gor<strong>da</strong> e massa isenta <strong>de</strong> gordura.<br />

Os procedimentos estatísticos utiliza<strong>do</strong>s foram: a) caracterização<br />

<strong>da</strong> amostra: média, <strong>de</strong>svio-padrão, valores mínimo e máximo<br />

e erro <strong>de</strong> estimativa amostral, b) avaliação <strong>da</strong> normali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s distribuições: teste <strong>de</strong> Shapiro-Wilk, c) comparação intergrupos:<br />

teste t <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, para variáveis com<br />

distribuição normal, ou teste U Mann-Whitney, sempre que<br />

pelo menos um <strong>do</strong>s grupos apresentou distribuição não-normal,<br />

d) o nível <strong>de</strong> significância estatístico foi manti<strong>do</strong> em 5%<br />

(p!0,05). To<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s foram analisa<strong>do</strong>s no SPSS 14.0.<br />

Os principais resulta<strong>do</strong>s apontam para a existência <strong>de</strong> diferenças<br />

estatisticamente significativas entre futebolistas e não-<strong>de</strong>sportistas,<br />

a<strong>do</strong>lescentes, <strong>do</strong> sexo feminino. As não-<strong>de</strong>sportistas<br />

são mais pesa<strong>da</strong>s e apresentam níveis superiores <strong>de</strong> adiposi<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

opostamente, as futebolistas, para além <strong>da</strong> menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gordura corporal, registam índices mais eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

corporal; o equilíbrio é observa<strong>do</strong> na estatura, na massa<br />

isenta <strong>de</strong> gordura (não obstante a maior massa corporal <strong>da</strong>s<br />

não-<strong>de</strong>sportistas) e em algumas pregas <strong>de</strong> adiposi<strong>da</strong><strong>de</strong> subcutânea<br />

– subescapular, suprailíaca e geminal – ain<strong>da</strong> que as dife-

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