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Comunicações
Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário de identificação
da amostra e a Escala de Liderança Revisada para o
Esporte (ELRE), versão auto-percepção, composta por 60 situações
e 6 dimensões que envolvem os comportamentos de liderança.
A análise estatística foi realizada no SPSS versão 11.0 e
foi composta de análise consistência interna por meio do reliability
test, análises descritivas dos perfis de liderança dos treinadores
e análise de variância para verificar preferência por um
determinado perfil de liderança.
Participaram deste estudo 109 treinadores que trabalham nas
categorias de base dos clubes que disputam as principais competições
de futebol organizadas pela Confederação Brasileira de
Futebol. Os participantes que apresentaram idade média de
38,64 anos (±10,33) e um envolvimento direto na função de
treinador de x=7,05 anos (±6,01) advinham das categorias
sub-20 (33 treinadores), sub-17 (28 treinadores), sub-15 (25
treinadores) e sub-13 (23 treinadores). Desse total de participantes,
68 treinadores possuíam o grau universitário, sendo
que 63 eram formados em Educação Física. Outro dado importante
é que 23% dos profissionais dessa amostra já tiveram
experiências como treinadores de equipes profissionais/adultas.
A consistência interna da ELRE foi de $=0,86. Os resultados
mostraram que os treinadores entrevistados se percebem como
sendo mais autocráticos e voltados para os aspectos de treinoinstrução
de suas equipes. Constatou-se que não houve diferença
entre as percepções dos treinadores que trabalham nas
quatro categorias de base coletadas.
Em relação à forma de trabalho desses treinadores em suas
equipes conclui-se que eles são autocráticos e mostram uma
preocupação com a conduta educativa e de instrução, denotando
preocupação com a melhoria do desempenho técnico, tático
e motivacional das equipes. Conclui-se também que os profissionais
entrevistados mostram perfis de liderança semelhantes
independentemente da categoria na qual ele está trabalhando
no momento.
“FACTOR CASA” NO FUTEBOL EM PORTUGAL
Ivo Fontes & António Natal
Faculdade de Desporto - Universidade do Porto
A expressão “factor casa” designa, genericamente, o facto de,
em determinados JDC, as equipas evidenciarem uma maior
probabilidade de vencer quando jogam em casa do que quando
jogam fora de casa. Esta vantagem é expressa, no caso específico
do futebol, pela consistência com que as equipas conquistam
mais de 50% dos pontos durante o campeonato, em casa,
quando o campeonato apresenta um calendário competitivo
equilibrado, isto é, se as equipas realizarem o mesmo número
de jogos em casa e fora de casa, defrontando os mesmos adversários.
O presente estudo teve como objectivo analisar a importância
do “factor casa” e a sua tendência nos campeonatos de futebol
sénior profissional de Portugal nas últimas duas décadas. Serão
analisados, em cada campeonato, o conjunto de todas as equipas
na globalidade, os primeiros 3 classificados e os 3 últimos
classificados.
Foi realizada uma pesquisa documental que nos permitiu obter
os dados dos campeonatos da 1ªLiga nos últimos vinte anos
(1986-1987 a 2005-2006) e da 2ªLiga nos últimos 16 anos
Rev Port Cien Desp 7(Supl.1) 21–84
(1990-1991 a 2005-2006). O método utilizado para analisar o
“factor casa” designa-se por “quantificação do factor casa” [(nº
de pontos em casa/nº total de pontos) x 100 = “Factor Casa”].
A análise dos resultados permitiu verificar que: 1. o “factor
casa” tem existido de forma consistente nos campeonatos da 1ª
Liga (65,7%) e da 2ª Liga (67,2%) portuguesas de futebol, nas
últimas duas décadas, apesar da sua importância ter vindo a
diminuir ao longo dos anos (1986-2006); 2. as equipas piores
classificadas mostraram-se mais sensíveis ao “factor casa” do
que as equipas melhores classificadas (1ª Liga: 57,5% nos 3
primeiros classificados vs 73,8% nos 3 últimos classificados; 2ª
Liga: 63,6% nos 3 primeiros classificados vs 71,9% nos 3 últimos
classificados). Os resultados deste estudo revelam que,
para as equipas de futebol profissionais portuguesas, o “factor
casa” influencia o resultado final do jogo.
Palavras-chave: Futebol; Estatísticas; “Factor Casa”
ESTUDO PILOTO ACERCA DA RELAÇÃO ENTRE JOGADA
DE ATAQUE E TEMPO DE ATAQUE EM VOLEIBOL FEMININO
José Afonso & Isabel Mesquita
Faculdade de Desporto - Universidade do Porto
Propomo-nos, neste estudo piloto, estudar a associação entre
jogada de ataque e tempo de ataque. Recorremos a uma amostra
de 6 jogos, realizados na 1ª Poule de Apuramento para o
Campeonato da Europa de 2005, Seniores Femininos, da série
constituída por Portugal, Bielorrússia, Hungria e Dinarmarca
(402 sequências). Observou-se sempre a equipa mais próxima
da câmera (jogos filmados de topo). Os jogos foram analisados
em formato digital, recorrendo ao Windows Media Player 10,
para Windows XP. Para o tratamento estatístico dos dados, utilizámos
o SPSS 14.0 para Windows. O instrumento de observação
foi baseado na literatura da especialidade para a validação
de construção, tendo-se através do presente estudo realizado a
validade de conteúdo, servindo, por isso, de estudo piloto para
futuras aplicações. Para o estudo da fiabilidade foram analisadas
23,13% das acções, valores substancialmente superiores
aos de referência (10%), apontados pela literatura (Tabachnick
e Fidell, 1989). A fiabilidade intra-observador e inter-observador
mostrou Kappa entre 0,86 e 0,89 para a variável tempo de
ataque e 0,95 na variável jogada de ataque. Para analisar a associação
entre as variáveis jogada e tempo de ataque, utilizámos
uma tabela de contingência, tendo recorrido ao teste do Qui-
Quadrado, com a correcção de Monte Carlo, uma vez que mais
de 20% das células tinham n