download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
download PDF - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong> ou outra mais conforme ao<br />
espírito inventivo e criativo <strong>do</strong>s seus autores. Quem<br />
<strong>de</strong>itar isso fora, quem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lançar olhares para<br />
as diversas e inesgotáveis componentes, valências e<br />
senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>sporto – ain<strong>da</strong> e sempre careci<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
um tratamento científico pauta<strong>do</strong> por rigor e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
- arrisca-se a ficar com uma mão cheia <strong>de</strong><br />
na<strong>da</strong> e outra <strong>de</strong> coisa nenhuma. Atira-se para os braços<br />
<strong>de</strong> áreas se<strong>de</strong>ntas <strong>de</strong> recuperar colonizações antigas<br />
e fica sem a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> que justifica<br />
a sua existência. Face a esta regressão e per<strong>da</strong><br />
não haverá higienismo ou activismo que nos garanta a<br />
autonomia e reconheça a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> e legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
carta <strong>de</strong> alforria tão arduamente conquista<strong>da</strong>.<br />
A<strong>de</strong>mais às formulações pretensamente inova<strong>do</strong>ras e<br />
humanistas, que se consomem, embebe<strong>da</strong>m e exta-<br />
siam a alistar as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s corporais no serviço <strong>de</strong><br />
metas grandiloquentes, enverniza<strong>da</strong>s com palavras<br />
sem correspondência nos actos e <strong>de</strong>svalorizan<strong>do</strong> a<br />
performance e o rendimento <strong>de</strong>sportivos, queremos<br />
opor as advertências sempre vivas e actuais <strong>do</strong> velho<br />
Aristóteles (384-322 a.C.): “Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, são as nossas<br />
activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s conformes à excelência que nos levam à felici<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />
as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s contrárias levam-nos à situação oposta”.<br />
E mais ain<strong>da</strong>: “No que diz respeito à excelência não é<br />
suficiente conhecê-la; é necessário possuí-la e usá-la”.<br />
Ora, se o <strong>de</strong>sporto e a educação física, seja na escola,<br />
seja no clube, seja noutros locais e instâncias, não<br />
respeitarem a sua função performativa e não visarem<br />
a excelência possível a ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós, então para<br />
pouco ou na<strong>da</strong> servirão. E o mesmo juízo se aplica à<br />
formação e investigação nesta área.