14 Alexandre Araújo Bertini & Libânio Miranda Pinheiro MODELO M r,exp C h eq (cm) M r,teo M r,exp /M r,teo PSF I 3,17 0,130 6,66 3,21 1,0 PSF II 5,57 0,280 8,60 5,46 1,0 PSF Iia 5,23 0,280 8,60 4,70 1,1 PSF III 4,79 0,280 8,60 4,72 1,0 PSF IV 4,71 0,280 8,60 5,21 0,9 PSF Iva 3,57 0,280 8,60 4,62 0,8 PSF V 5,31 0,280 8,60 5,11 1,0 PSF Va 3,37 0,280 8,60 5,11 0,7 Figura 11 – Ensaio de flexão em uma etapa próxima da ruptura Figura 12 – Fissuras numa etapa do ensaio próxima da ruptura - PSF-IV Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 9, n. 38, p. 1-28, 2007
Análise experimental de painéis tipo sanduíche à flexão 15 Todos os modelos foram dimensionados para um momento de 9,3kNm. Esse valor foi adotado a partir de esforços atuantes, supondo-se um muro de arrimo de 2,85m de altura com contrafortes distanciados de 3m. Foram adotadas para o dimensionamento as hipóteses de cálculo do concreto armado segundo a NBR 6118, supondo o painel completamente composto, ou seja, desprezou-se o deslocamento relativo entre as faces. A comparação entre os valores teóricos e os experimentais permite avaliar se as hipóteses utilizadas são apropriadas ou não para o dimensionamento de painéis tipo sanduíche, com nervuras. Para o cálculo do momento de ruptura teórico, foram tomados os valores das propriedades dos materiais (aço e concreto) obtidos nos ensaios. A tabela 5 mostra o resumo dos valores dos momentos de ruptura para cada modelo ensaiado, bem como uma comparação desses com os valores teóricos calculados a partir das hipóteses do concreto armado. Tabela 5 – Valores teóricos e experimentais dos momentos de ruptura em kNm. MODELO M últ,exp M últ, teo M exp /M últ,teo PSF I 7,08 9,3 0,76 PSF II 12,73 9,3 1,37 PSF IIa 9,44 9,3 1,02 PSF III 7,45 9,3 0,80 PSF IV 12,98 9,3 1,40 PSF IVa 8,63 9,3 0,93 PSF V 13,7 9,3 1,47 PSF Va 10,27 9,3 1,10 A segunda e a terceira colunas apresentam, respectivamente, os valores dos momentos últimos obtidos nos ensaios e os momentos últimos teóricos. Esses últimos foram calculados considerando-se a seção completamente composta. A última coluna contém a relação entre os valores experimentais e os valores esperados. O valor do momento último obtido no ensaio, para o modelo sem nervura (PSF I), foi 24% menor que o valor esperado. A transferência de esforços de uma placa para outra é realizada, em grande parte, por meio da placa de EPS, que, apesar de não ter rigidez elevada, garante a composição parcial do painel. Se a seção funcionasse sem nenhuma interação (não-composto), o valor teórico do momento último seria de aproximadamente 2,60kNm, utilizando-se a mesma armadura. O ganho de resistência à flexão conseguida pelo afastamento das placas, mesmo utilizando-se uma placa de EPS como núcleo, é algo em torno de 258%. Da mesma maneira, no modelo PSF III, com nervura apenas nas extremidades transversais, obteve-se um momento último 20% menor que o valor esperado. Verificou-se nesse painel um pequeno aumento no momento último, da ordem de 5%, em relação ao modelo PSF I. Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 9, n. 38, p. 1-28, 2007