Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa
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<strong>Guia</strong> dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm<br />
à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular<br />
Um processo <strong>de</strong> ajustamento passa sempre por períodos <strong>de</strong> negação,<br />
agressivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pressão, reconhecimento, adaptação e aceitação.<br />
atitu<strong>de</strong> dos Profissionais<br />
O apoio psicológico e a informação com verda<strong>de</strong> sobre as perspectivas<br />
futuras não po<strong>de</strong>m, em momento algum, ser negligenciados. A informação <strong>de</strong>ve<br />
ser clara, objectiva, tendo em conta os aspectos culturais <strong>de</strong> cada pessoa.<br />
Devemos admitir que a pessoa com LM tenta não aceitar ou valorizar um<br />
conjunto <strong>de</strong> informações que vão sendo transmitidas pelos profissionais, no<br />
sentido <strong>de</strong> aclarar as perspectivas futuras. Este comportamento <strong>de</strong> negação ou<br />
fuga torna‐se muito doloroso a médio prazo, e torna‐se mais doloroso se a<br />
pessoa reconhece que os outros se aperceberam da sua fuga; por sua vez, a<br />
auto‐estima diminui. Por outro lado, se a fuga se torna uma reacção habitual<br />
(fuga crónica), a pessoa nunca po<strong>de</strong> obter o que quer, ou seja, os objectivos<br />
atingidos serão sempre em função da fuga e nunca em função dos seus verda<strong>de</strong>iros<br />
objectivos. (35)(36)(61)(63)(65)(68)(69)(71)(72)<br />
Cabe aos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> prestar a ajuda necessária. Se a pessoa<br />
enfrentar a situação, por mais dolorosa que seja, significa que respon<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
forma activa e não passiva, ou seja, mantém o controlo da situação. A abordagem<br />
à pessoa com LM, a propósito da sua perspectiva futura, <strong>de</strong>verá ser discutida<br />
e preparada, evitando discordância entre os elementos da equipa.<br />
É essencial que toda a equipa envolvida no tratamento fale a mesma linguagem<br />
e opte pela «verda<strong>de</strong>», embora todos reconheçam que nem sempre<br />
é possível. A verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser dita o mais cedo possível e nunca <strong>de</strong> uma forma<br />
brusca. Não existem momentos «i<strong>de</strong>ais» nem receitas para dizer a verda<strong>de</strong>.<br />
Deve‐se escolher o momento apropriado. A equipa <strong>de</strong>ve estar atenta para<br />
aceitar e valorizar todas as manifestações emocionais da pessoa com lesão.<br />
A abordagem po<strong>de</strong>rá ser progressiva ou po<strong>de</strong>rá ser necessário confrontar a<br />
pessoa com a situação <strong>de</strong>finitiva.<br />
Para compreen<strong>de</strong>rem a reacção da pessoa vítima <strong>de</strong> TVM, os profissionais<br />
<strong>de</strong>vem conhecer um pouco os seus interesses e objectivos antes da instalação<br />
da doença. Se esta gostar <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s intelectuais, mais orientada cognitivamente,<br />
esses interesses serão provavelmente mais compatíveis com a <strong>de</strong>ficiência<br />
física. Se a sua orientação for relacionada com activida<strong>de</strong>s manuais<br />
(agricultor, atleta), as dificulda<strong>de</strong>s serão outras. (35)(36)(61)(62)(63)(64)<br />
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