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Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa

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<strong>Guia</strong> dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm<br />

à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular<br />

PREFÁCIO<br />

A publicação <strong>de</strong>ste <strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Boa</strong>s Práticas tornou‐se possível pela iniciativa<br />

do Conselho <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> do mandato 2004‐2007 e pelo investimento por<br />

parte dos enfermeiros do Grupo <strong>de</strong> Trabalho que, generosamente, disponibilizaram<br />

o seu tempo, pesquisaram e construíram o <strong>Guia</strong> e para ele congregaram<br />

as opiniões dos Peritos consultados.<br />

Partindo da premissa que a prestação <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> às pessoas,<br />

e neste caso concreto às pessoas com lesão vertebro‐medular, tem como<br />

finalida<strong>de</strong> a promoção do bem‐estar, cabe ao enfermeiro avaliar, diagnosticar,<br />

planear e executar as intervenções necessárias, ajuizando dos resultados. Trata‐<br />

‐se, então, <strong>de</strong> conhecer e seguir os princípios científicos que relevam hoje o<br />

envolvimento da pessoa no seu projecto terapêutico bem como a finalida<strong>de</strong><br />

do cuidado.<br />

O processo <strong>de</strong> adaptação efectiva a uma lesão vertebro‐medular é longo<br />

e contínuo. A pessoa vive a (muitas vezes, profunda) alteração <strong>de</strong> diferentes<br />

fontes <strong>de</strong> gratificação: eventual separação <strong>de</strong> amigos, ruptura <strong>de</strong> relação amorosa,<br />

alteração dos planos futuros, transformações na imagem corporal e na<br />

auto‐estima. O conceito actual <strong>de</strong> reabilitação, em Portugal, inscrito na Lei <strong>de</strong><br />

Bases da Prevenção e da Reabilitação e Integração <strong>de</strong> <strong>Pessoa</strong>s com Deficiência<br />

(Lei nº 8/89 <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> Maio) inclui a noção <strong>de</strong> «processo global e contínuo com<br />

vista a corrigir a <strong>de</strong>ficiência, a conservar, a <strong>de</strong>senvolver ou a restabelecer as<br />

aptidões e capacida<strong>de</strong>s da pessoa para o exercício <strong>de</strong> uma activida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada<br />

normal. Este processo envolve o indivíduo, a cooperação dos profissionais<br />

dos diferentes sectores e o empenhamento da comunida<strong>de</strong>». Três intervenientes,<br />

então: o próprio, os profissionais e a comunida<strong>de</strong>.<br />

Em relação ao próprio, a reabilitação e o percurso <strong>de</strong> transformação frequentemente<br />

reconhecido por recovery (processo <strong>de</strong> ajustamento à vida a nível<br />

das atitu<strong>de</strong>s, sentimentos, percepção, convicções, papéis e objectivos), em que<br />

se procura que as pessoas refaçam e fortaleçam ligações a nível pessoal, social<br />

e ambiental e combatem os efeitos <strong>de</strong>vastadores do estigma através da capacitação<br />

pessoal.<br />

Em relação aos profissionais, compete‐lhes gerir o necessário rigor dos<br />

conhecimentos e das técnicas com a maleabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguém preocupado em<br />

acompanhar Outro no caminho <strong>de</strong> se recuperar. E a cooperação entre os<br />

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