Meio ambiente no Baixo ParnaÃba
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Conservação dos Cetáceos <strong>no</strong> Maranhão<br />
falta de centralização <strong>no</strong>s desembarques, emprego de tec<strong>no</strong>logia pouco<br />
desenvolvida, falta de assistência técnica e carência de infra-estrutura<br />
em toda cadeia produtiva da captura à comercialização. 19 Este tipo de<br />
atividade artesanal é caracterizada como de “forrageio”, ou de<br />
subsistência, <strong>no</strong> qual os recursos alimentares obtidos não são cultivados<br />
e fazem parte da dieta principal dessas comunidades. 20<br />
A ameaça que comunidades tradicionais de pescadores vêm sofrendo,<br />
reforça ainda mais a necessidade de registrar a dinâmica da pesca. 21<br />
Cenários onde sociedades humanas interagem com ecossistemas naturais<br />
resultam em sistemas extremamente complexos, 22 estas relações afetam<br />
diretamente e indiretamente todo o ecossistema, nesse sentido é<br />
importante que modelos de conservação sejam desenvolvidos e<br />
estimulados, principalmente um manejo sustentável da biodiversidade<br />
por parte das populações tradicionais. 23<br />
Logo, com a escassez acentuada de pescado em algumas regiões litorâneas<br />
do Brasil, outras fontes de proteínas são exploradas para consumo por<br />
populações tradicionais, como por exemplo, algumas espécies de<br />
cetáceos, que hoje também se encontram em situação delicada, e a<br />
exploração dos mesmos hoje em dia, é vista como problema do passado,<br />
mesmo assim, muitas espécies de peque<strong>no</strong>s cetáceos têm sido caçadas<br />
com métodos que, além de causar sua morte, geralmente proporcionam<br />
sofrimento e dor.<br />
O estudo da interação entre as atividades de pesca e os cetáceos, constitui<br />
um dos pontos de maior relevância <strong>no</strong> que diz respeito à conservação e<br />
manejo desses mamíferos marinhos. 24 As espécies de cetáceos que são<br />
19<br />
PAIVA, M. P. Levantamento do estado da arte da pesquisa dos recursos vivos marinhos<br />
do Brasil: Recursos Pesqueiros - Programa REVIZEE. MMA/SMA, 1997. p. 241<br />
20<br />
KORMONDY, D. J.; BROWN, D. E. Ecologia Humana. São Paulo: Atheneu, 2002<br />
21<br />
SILVANO, R. Pesca artesanal e et<strong>no</strong>ictiologia. In: BEGOSSI, A. (org.). Ecologia de<br />
pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia. São Paulo: Fapesp/Hucitec, 2004. p.<br />
187-222<br />
22<br />
SALAFSKY, N.; MARGOLUIS, R.; REDFORD, K.; ROBISON, J. G. Improving the practice of<br />
Conservation: a Conceptual Framework and Research Agenda for Conservation Science.<br />
Conservation Biology, Bethesda, v. 16, n. 6, p. 1469-1479, 2002<br />
23<br />
DIEGUES, A. C. Commons and protected areas in Brazil. Indiana: The eight conference<br />
of the international association for the study of common property, 2000<br />
24<br />
CRESPO, E. A. Análisis de las interacciones entre mamíferos mari<strong>no</strong>s y pesquerías en<br />
una enfoque ecosistémico. In: 7° Reunión de trabajo de especialistas en mamíferos