CADERNO DE RESUMOS - IEL - Unicamp
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um trecho antigo, substituindo o termo ‘descendência com lenta modificação’. A<br />
análise proposta será fundamentada na Semântica do Acontecimento, tal como<br />
formulada em livro homônimo de Eduardo Guimarães (2002). Para compreender os<br />
sentidos da palavra ‘evolução’ dentro da obra, pretende-se analisar o seu<br />
funcionamento semântico-enunciativo nessa edição e na relação com as anteriores. Na<br />
sexta edição, serão observadas as determinações semânticas que “evolução” recebe<br />
nos movimentos textuais de reescrituração, isto é, de redizer da palavra, e de<br />
articulação, isto é de contiguidade local (por exemplo, no sintagma ‘teoria da<br />
evolução’, em que ‘teoria’ se liga a ‘evolução’, especificando-a). Com base nas edições<br />
anteriores, será analisada a substituição de ‘descendência com lenta modificação’ por<br />
‘evolução’ no trecho repetido na sexta edição. Pretende-se, ainda, observar o termo<br />
“descendência com lenta modificação”: a) no trecho em que na sexta edição será<br />
substituído por ‘evolução’; b) nos outros trechos das edições anteriores; c) em seu<br />
aparecimento na sexta edição. Esse conjunto de determinações nos permitirá<br />
compreender a direção semântica da mudança, e os sentidos que de fato compõem a<br />
designação do termo ‘evolução’ que tem a sua paternidade atribuída a Darwin, mas<br />
que de fato, vai aparecer primeiramente na obra de outro autor contemporâneo a<br />
Darwin: Herbert Spencer.<br />
André Fernandes - Universidade Estadual de Campinas/CAPES<br />
A classe C brasileira: um estudo designativo<br />
Inscritos na perspectiva teórica da Semântica do Acontecimento, procuramos<br />
compreender a designação da expressão nominal “classe C” em um corpus de textos<br />
de mídia brasileira. Partimos do pressuposto de que o nome opera um processo de<br />
identificação do objeto referido e observamos, por meio do gesto interpretativo que<br />
analisa a reescrituração textual, o movimento polissêmico que configura a<br />
determinação do objeto analítico. O nome classe C, amplamente difundido na/pela<br />
mídia, identifica sujeitos por meio de certas determinações e, concomitantemente, dá<br />
visibilidade às projeções imaginárias sobre esses sujeitos e sobre aqueles identificados,<br />
por meio da estratificação, como pertencentes às outras classes – A, B, D ou E. Dessa<br />
maneira, ao mesmo tempo em que olhamos para o modo de significação da expressão<br />
nominal classe C, observamos também a normatividade que incide sobre a<br />
identificação dos outros nomes de classe. Recortamos, para análise, as reportagens “O<br />
sonho começou”, da Revista Istoé, de 11 de agosto de 2008; “C, a classe dominante”,<br />
veiculada na revista Veja, de 02 de abril de 2008 e “A classe C vai ao paraíso”, publicada<br />
na revista Istoé, de 20 de agosto de 2010. A chamada classe C é, de fato, uma nova<br />
classe social Quais são as determinações enunciativas e discursivas que configuram a<br />
caracterização dessa classe Se considerarmos que o Estado se apropria de<br />
enunciações, tanto de domínios especializados, como a Economia e a Sociologia,<br />
quanto da mídia, como se constrói a sustentação imaginária da existência de uma<br />
classe Há polissemia na designação de classe C ou os sentidos são homogêneos Um<br />
primeiro olhar analítico nos leva a questionar como os processos enunciativos sobre a<br />
palavra realizam a inclusão/exclusão dos sujeitos na sociedade a partir da sua