CADERNO DE RESUMOS - IEL - Unicamp
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textos (artigos de opinião e reportagens) em que essas expressões ocorrem e as<br />
informações, de ordem lexical e sintática, relativas às instruções dadas pelos<br />
conectores.<br />
Em seguida, em primeiro lugar, estudamos o emprego dessas expressões, a fim de<br />
identificar as relações genéricas marcadas por elas; e, em segundo lugar, estudamos as<br />
relações específicas que elas parecem sinalizar, considerando suas propriedades<br />
sintáticas e semânticas e as funções pragmáticas dos seus diferentes usos nos textos.<br />
Finalmente, expomos os resultados alcançados até o momento, que sustentam a<br />
hipótese de que essas expressões assumem de fato nos textos em que ocorrem função<br />
conectiva, atuando como marcas de relações de discurso argumentativas e<br />
reformulativas.<br />
Joana Darc Rodrigues da Costa - Universidade Federal de Minas Gerais<br />
Algum + nome discreto: uma reflexão sobre os mecanismos enunciativos<br />
subjacentes ao uso da unidade algum no singular<br />
A unidade linguística algum, gramaticalmente definida como um pronome indefinido<br />
tem o seu funcionamento explicado a partir dos critérios semânticos, sintáticos e<br />
morfológicos. Conforme os manuais normativos (VILELA, 1999; BECHARA, 2001), bem<br />
como nas gramáticas descritivas (NEVES, 2000; CASTILHO, 2010), essa unidade<br />
semanticamente apresenta um caráter indefinidor de nomes; sintaticamente localiza-se<br />
antes do nome atribuindo-lhe indeterminação e sentido vago e morfologicamente<br />
trata-se de uma unidade que apresenta flexão de gênero e de número cuja flexão de<br />
número resulta de uma escolha do falante em se referir à objetos no singular ou no<br />
plural. No entanto, observamos que a sua flexão não resulta simplesmente da escolha<br />
do falante em pluralizar o nome que o acompanha. Isto é, as marcas de singular e de<br />
plural dessa unidade não correspondem a relação de quantificação no sentido lógico,<br />
do tipo: singular – um; plural – mais de um. Pensemos, por exemplo, em uma situação<br />
em que uma professora afirma sobre a presença de um único pai na reunião, é mais<br />
provável que ela use o determinante um (Um pai veio a reunião) que o determinante<br />
algum (Algum pai veio a reunião), contudo, caso ela queira afirma a presença de mais<br />
de um pai, ela poderá optar entre um ou outro determinante (Alguns/Uns pais vieram a<br />
reunião). Assim, embasando-nos na Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas,<br />
proposta por CULIOLI (1990, 1999a, 1999b), para quem a categoria de número resulta<br />
não apenas da operação de quantificação, mas também de operação de qualificação ou<br />
ainda de operações complexas, aquelas que envolvem quantificação e qualificação,<br />
este trabalho busca refletir sobre os mecanismos enunciativos que possibilitam o uso<br />
da unidade algum no singular, partindo da hipótese de que o singular dessa unidade<br />
não marca uma unicidade, mas atua sobre a qualidade, o reconhecimento da<br />
ocorrência e exige mecanismos enunciativos diferentes daqueles exigidos pelo plural,<br />
enquanto que o seu plural ao marcar a não unicidade, opera sobre a quantidade<br />
indeterminada das ocorrências em questão. Para tanto, propomos uma descrição da