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CADERNO DE RESUMOS - IEL - Unicamp

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por uma multiplicidade de sentidos, todos inscritos na produção do conhecimento<br />

sobre a Língua Portuguesa. Trata-se de uma espessura semântica que envolve a<br />

expressão e que representa a história de sentidos constituída ao longo da trajetória da<br />

história da nossa língua. Para entendermos esse emaranhado de sentidos selecionamos<br />

o conceito analítico de Domínio Semântico de Determinação e seus procedimentos de<br />

reescrituração e articulação, uma vez que dão textualidade ao texto. Entendemos<br />

reescrituração como o procedimento enunciativo em que um texto rediz<br />

insistentemente o que já foi dito fazendo interpretar uma forma como diferente de si.<br />

Essas diferentes formas de redizer o dito produzem o sentido. A reescrituração une<br />

pontos de um texto com outros do mesmo texto ou, ainda, pontos de um mesmo texto<br />

com pontos de outro texto. Esse processo constrói o sentido das palavras e das<br />

expressões linguísticas e, conforme Guimarães (2002), “ao se fazer, faz significar algo<br />

que não estava significado”. A articulação “diz respeito às relações próprias das<br />

contiguidades locais. De como o funcionamento de certas formas afetam outras que<br />

elas não redizem” (Guimarães, 2007, p. 88). Ao empregarmos esses procedimentos<br />

analíticos pretendemos descrever como a expressão “acordo ortográfico” é significada<br />

no ciberespaço e chegar à constituição dos seus sentidos no acontecimento<br />

enunciativo.<br />

Fátima Catarina Fernandes - Secretaria da Educação do Estado de São<br />

Paulo<br />

A (re)nomeação de um transexual: argumentação e significação das<br />

referências "ele/ela"<br />

Neste trabalho de pesquisa aqui apresentado, tendo como base teórica a Semântica do<br />

acontecimento e a Análise do Discurso Francesa, com a qual essa Semântica estabelece<br />

diálogos, estudamos como se dá a mudança do prenome de transexual —<br />

especificamente de prenome masculino (Agnaldo) para feminino (Ângela) — na<br />

argumentação do locutor juiz em um processo jurídico tramitado em 2005, junto ao<br />

Juízo de Direito da 2ª. Vara Cível da Comarca de São Carlos, Estado de São Paulo.<br />

Convém ressaltar que, nesta pesquisa, defendida em 2008, e integrante do grupo de<br />

pesquisas ―A Argumentação no Movimento das Línguas no Espaço de Enunciação em<br />

São Carlos: o político no texto jurídico – diferentes pesquisas na linha da Semântica do<br />

Acontecimento‖, da UEHPOSOL (Unidade de Pesquisas em Estudos Históricos,<br />

Políticos e Sociais da Linguagem) da Universidade Federal de São Carlos, mobilizamos<br />

conceitos como cena enunciativa, reescritura, argumentação e político. Buscamos<br />

compreender como se dá o processo de identificação do transexual, bem como de sua<br />

inclusão no social e para isso, apresentamos recortes em que há deslizamento de<br />

sentidos sobre o gênero na argumentação do locutor juiz. Não importa aí a<br />

sexualidade, mas a argumentação, no discurso jurídico, para a mudança de prenome.<br />

Os recortes são/estão marcados na/pela própria linguagem. Nesse sentido, é possível<br />

observar pelas reescrituras, na argumentação do locutor juiz, que ele reescreve o

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