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CADERNO DE RESUMOS - IEL - Unicamp

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sinonímia ou não. Isto também coloca em questão a consideração de que a sinonímia<br />

seria algo que se define como uma relação de sentido que precede o texto, como uma<br />

relação semântica que pode se estabelecer por uma relação referencial, mas não<br />

enunciativa. A partir do que podemos observar na análise que realizamos, é preciso<br />

pensar a relação sinonímica a partir do funcionamento das palavras no acontecimento<br />

enunciativo. Desse modo, observo o funcionamento dessa articulação realizada pela<br />

conjunção ou no texto que serviu de objeto de minha análise referido acima, voltando<br />

meu olhar para as palavras preconceito, discriminação e segregação, assim como levo<br />

em consideração as condições de produção em que a obra foi produzida, ou seja,<br />

pensando na constituição do conhecimento sobre a sociedade brasileira no campo<br />

científico na primeira metade do século XX.<br />

Cláudia Andrea Rost Snichelotto - Universidade Federal da Fronteira Sul<br />

Análise diacrônica do comportamento (multi)funcional de Marcadores<br />

Discursivos derivados de verbos de percepção visual<br />

Estudos sincrônicos de Marcadores Discursivos (doravante MDs) são amplamente<br />

realizados em diversas línguas, inclusive no Português Brasileiro. A maioria dos autores,<br />

por exemplo, Pons Bordería (1998), Waltereit (2002), Waltereit e Detges (2007), entre<br />

outros, reconhece que a realização de uma investigação diacrônica permitirá aventar<br />

de modo mais consistente o comportamento sincrônico desse tipo de fenômeno<br />

discursivo. Porém, porque os MDs têm amplo uso na fala, o registro e a coleta de dados<br />

orais de séculos anteriores é praticamente inexistente (WALTEREIT, 2002). Embora<br />

cientes da dificuldade de encontrar evidências históricas dos MDs derivados de verbo<br />

de percepção visual (olhar e ver), neste estudo, recorremos a peças de teatro escritas<br />

por autores catarinenses nos séculos XIX a XX a fim identificar suas formas e seus<br />

contextos de uso. Recuamos até o século XIX apenas, porque, em Santa Catarina/Brasil,<br />

a imprensa foi introduzida pelo Brigadeiro Jerônimo Francisco Coelho com o jornal “O<br />

Catharinense” somente no segundo semestre de 1831. Não obstante, trata-se de uma<br />

amostra relativamente estendida no tempo que incorpora dados de diferentes épocas,<br />

cuja análise vai permitir verificar indícios do desenvolvimento conjunto e individual das<br />

formas em estudo, sob a ótica da mudança semântico-pragmática e categorial por que<br />

passaram. Ao todo, considerando-se o ano de nascimento do autor e o ano de<br />

publicação das peças, foram investigados 17 textos teatrais (7 do século XIX e 10 do<br />

século XX). Dada a natureza discursiva do objeto, nossa hipótese é de que a observação<br />

retrospectiva, ao longo de dois séculos (tempo real), do comportamento dos MDs nos<br />

fornecerá indícios para sustentar a hipótese de “gramaticalização em andamento”,<br />

mais do que a de “mudança em andamento”. Por “gramaticalização em andamento”<br />

estamos entendendo o processo de mudança de cada um dos itens. Por “mudança em<br />

andamento” estamos nos referindo à possibilidade de substituição de um item/variante<br />

por outro. Nesse caso, esperamos encontrar evidências de que os itens se distribuem<br />

num continuum funcional que envolve: (i) usos mais concretos em direção aos mais

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