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CADERNO DE RESUMOS - IEL - Unicamp

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referência os estudos relativos à suposição já realizados por Ducrot em diferentes<br />

artigos e capítulos de livros, como Ducrot (1987d; 1987e; 1977b; 1980b) e Carel e Ducrot<br />

(1999). Nesses estudos, os autores partem de uma definição enunciativa de suposição,<br />

segundo a qual um locutor, ao usar a estrutura se p, q, realiza dois atos ilocutórios<br />

sucessivos: um ato ilocutório de suposição, que apresenta o quadro do discurso dentro<br />

do qual o interlocutor deve situar-se, seguido de um ato ilocutório de afirmação ou de<br />

interrogação. Tendo em vista o progresso dos estudos em Semântica Linguística,<br />

consideramos relevante um estudo da suposição que possa situá-la no novo quadro<br />

teórico da ANL. Nesse sentido, a Teoria dos Blocos Semânticos e a Teoria da<br />

Argumentação Polifônica (TAP) vêm ao encontro de nossos objetivos: pela primeira, é<br />

possível apontar os componentes linguísticos mobilizados na construção do seu<br />

sentido e, pela segunda, são explicitados os componentes enunciativos envolvidos no<br />

sentido suposicional. Nossas análises, com base em enunciados retirados de fontes<br />

diversas, tornaram evidente a importância de se considerar como centrais a análise das<br />

relações entre os termos da própria língua, sem recorrer, para isso, a elementos de<br />

outra natureza. Elas mostraram, também, que a suposição mobiliza aspectos<br />

específicos da língua em suas variações, como o tempo verbal e as conjunções que<br />

articulam as orações subordinada e principal que compõem os enunciados, bem como<br />

aspectos enunciativos, como as relações entre locutor e interlocutor, e as garantias dos<br />

conteúdos atribuídos às Pessoas.<br />

Daniel Mazzaro Vilar de Almeida - Universidade Federal de Alfenas<br />

Aliás e suas possibilidades para a língua espanhola<br />

Uma breve análise de textos em que se encontra o marcador de língua portuguesa aliás<br />

nos permite concluir que existem pelo menos dois contextos em que é usada esta<br />

expressão. No primeiro deles, vislumbramos sua atuação como reformulador de<br />

retificação, usando a nomenclatura proposta por Portolés (1998), como no exemplo<br />

“Foi meu verão inesquecível; aliás, foram dois, pois no ano seguinte eu voltei.”. Outro<br />

contexto seria o de digressão, termo usado por Luscher (1994) quando analisa a<br />

expressão francesa d’ailleurs, ou de soma sub-reptícia, segundo nomenclatura usada<br />

por Koch (1997), como no exemplo “Sabe cada vez mais, contudo, o quanto as<br />

autoridades brasileiras são capazes de comprazer-se na arrogância, no disparate e no<br />

cinismo. Não governam sem isso, aliás.”. A partir dessas observações preliminares,<br />

parece-nos, portanto, que se trata de um marcador polifuncional, de acordo com a<br />

teoria de Martín Zorraquino e Portolés (1999), segundo a qual o marcador alcança<br />

diferentes nuances ou efeitos de sentido segundo o contexto em que ocorre. Neste<br />

trabalho, pretendo analisar as possibilidades de tradução do termo aliás para a língua<br />

espanhola. Para tanto, proponho, em um primeiro momento, dois enunciados<br />

extraídos de artigos de opinião de um jornal brasileiro e dois de tweets quaisquer

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