CADERNO DE RESUMOS - IEL - Unicamp
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lugares sintáticos. Na configuração do lugar adjunto adverbial, estariam em destaque<br />
os planos de incidência e temático. O primeiro mostrar-se-ia pela alta mobilidade dos<br />
elementos ocupantes do lugar adjunto adverbial na sentença e pela marcada<br />
perspectiva do locutor ao se alocar o adjunto em posição inicial da sentença; ao passo<br />
que o plano temático parece revelar-se pelo investimento dos elementos ocupante<br />
desse lugar na constituição do pano de fundo da cena (FILLMORE, 1977).<br />
Rafaela Defendi Mariano - Universidade Estadual de Campinas<br />
Beatriz Ferreira-Silva - Universidade Estadual de Campinas<br />
Anna Christina Bentes - Universidade Estadual de Campinas<br />
Marcadores discursivos e sequências textuais no programa “Manos e<br />
Minas”: uma análise inicial para a tipificação do programa em nível<br />
textual-discursivo<br />
Em nossa apresentação, temos como principal objetivo apresentar nossas análises a<br />
respeito do uso marcadores discursivos (doravante MDs) pelos participantes do<br />
programa “Manos e Minas” de 20/09/2009 e de suas relações com os tipos de<br />
sequência textual (Adam, 2008). Pretendemos desenvolver uma análise qualitativa que<br />
permitirá, a nosso ver, uma caracterização do programa em questão e sua tipificação<br />
inicial em termos textuais-discursivos.<br />
O programa “Manos e Minas”, exibido pela TV Cultura, tem o objetivo de trazer “a voz<br />
da periferia à mídia televisiva, de divulgar, valorizar e possibilitar o conhecimento sobre<br />
essa realidade do ponto de vista dos próprios sujeitos que participam e promovem<br />
práticas (...) vinculadas tanto às comunidades da periferia quanto ao universo do<br />
movimento hip-hop” (GRANATO, 2011, p. 72).<br />
Em nossas análises, consideramos os estudos sobre os MDs desenvolvidos na<br />
perspectiva textual-interativa (Urbano (1999); Risso et al. (2006); Guerra (2007) e<br />
Penhavel (2010)). Nesses trabalhos, os MDs são vistos como “(...) expressões que<br />
articulam segmentos textuais de natureza tópica e/ou que codificam orientações dos<br />
interlocutores em relação ao processo de interação verbal” (PENHAVEL, 2010, p.28).<br />
Primeiramente, observamos que o apresentador do programa faz largo uso de<br />
sequências dialogais (Adam, 2008) e de MDs interacionais que reforçam tanto o caráter<br />
interativo do programa como o caráter cooperativo e colaborativo das interações.<br />
Esses MDs interacionais, além de estarem presentes de forma significativa na fala do<br />
apresentador - que desenvolve sobretudo sequências descritivas e dialogais - são<br />
usados nas sequências explicativas, argumentativas e narrativas produzidas pelos<br />
convidados do programa. Acreditamos que isso se deve ao fato de serem<br />
desenvolvidos longos turnos de fala no emprego dessas sequências.<br />
Por fim, os MDs tanto interacionais como sequenciadores parecem ser responsáveis<br />
pela estruturação dos e microtextos do programa. Em muitos momentos do programa,<br />
apesar de ocorrerem mudanças de situação comunicativa e de participantes, o mesmo<br />
tópico continua a ser desenvolvido. Consideramos que tanto a centração em um tópico